Poemas -> Amor : 

SÚPLICA

 
Tuas mãos mornas tocam em mim.
Dedilham cada parte do meu corpo...
Como quem conhece a fundo a partitura e o instrumento... Ambos teus.
E anuncias o princípio de minhas verdades desconhecidas...
Derrubando tantos conceitos pré existentes acerca do amor... De amar.

O teu olhar taciturno repousa sobre o meu olhar...
Como o vento que acaricia o trigo nas plantações.
Assim... Roubas-me o ar e as palavras.
E eu que costumava pensar que sabia um pouco de tudo...
Perco-me em mim mesma e já nem sei quem sou.
Mas que quero continuar absolutamente sem norte...
Pois que me encontro em teus braços... Em teu corpo...
No momento em que tua alma invade a minha.
E nos tornamos apenas um.

Assim como uma antítese formulada outrora...
Certifico-me do que já residia em mim como a certeza da morte...
A certeza de que já era tua. Coisa tua. Sempre tua.
E que apenas esperava por ti.
Para que eu pudesse agregar pedaços meus que nunca antes consegui.
E assim me percorres... Reconhecendo o que é teu.
Não... Não consigo enxergar em ti nenhum momento de incerteza.
Conheces tudo... Do mais íntimo do meu ser ao mais íntimo dos meus desejos.
Desejos que nem eu mesma conhecia.

Vem... Ficas comigo pra sempre.
E se não existir pra sempre... Que exista assim apenas em meus sonhos.
Não rouba de mim nunca mais o desejo de ser apenas tua... Suplico.
Suplico poder te olhar para sempre...
Poder te amar para sempre...
E de sermos apenas um... Para sempre.

Karla Mello
Fevereiro de 2010


karla.melo66@hotmail.com"Nao tenho ambições nem desejos. Ser poeta nao e uma ambição minha. É a minha maneira de estar sozinho." (Fernando Pessoa)

 
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