Poemas : 

PORTAS

 
E de repente encontrar
em minha memória
o mistério de uma porta
que uma vez não quis abrir.

Transpô-la e descobrir do outro lado
o outro destino que nunca tomei.

Ver-me, então, sob a chuva de uma cidade desconhecida
ignorando o amor deste cão
que silencioso segue atrás de mim.

E sentir no meu inconsciente
que esta rua me conhece, e que,
detrás de outra porta que agora
me detém frente a si,
podem estar os objetos amados de outra casa minha
ou o espanto de achar de novo
a realidade do lugar onde sempre permaneci.

 
Autor
KitiMotta
Autor
 
Texto
Data
Leituras
639
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/09/2010 23:14  Atualizado: 30/09/2010 23:14
 Re: PORTAS
Um poema sumarento, verdadeira radiografia da alma que se encontra numa encruzilhada, suspensa no tempo.
O meu aplauso.

Bj