Sonetos : 

ÚLTIMO SONETO

 
Sinto-me como a lamparina a ofuscar
O lusco fusco dos vagalumes noturnos
Sinto o peso do destino e a ladrar
Meu peito arde, meu ouvido é surdo!

Um soneto diz adeus aos braços meus!
Tanto sentimento traz em seus quartetos
Quem sabe seja um elo de Deus?
Vejo já brotarem lágrimas nos tercetos!

Um pedido esse soneto jura intentar
Um minuto de silêncio e um poema de amar!
E que seja sepultado com flores...

O soneto terá o mármore alvo como companhia
Com o sol a lhe arder a face em pleno dia
E a lua a pratear a sua lousa de cores


"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)

 
Autor
Ledalge
Autor
 
Texto
Data
Leituras
881
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 03/10/2010 00:10  Atualizado: 03/10/2010 00:10
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11076
 Re: ÚLTIMO SONETO
Ledalge,
És exímia na arte de sonetar.
Beijinhos
Nanda


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/10/2010 00:19  Atualizado: 03/10/2010 00:19
 Re: ÚLTIMO SONETO
o que eu sinto mana, é que neste seu mister de sonetar, não há só em ti a inspiração. tem um quê mediúnico, transcendental. respiração, transpiração, mas em nenhuma vez a senti ofegante; os versos fluem...

beijo e afeto, Núria. e Saravá misifia!

zésilveira