Que te daria eu, senão o mundo, meu amado?
O mundo desenhado na palma aberta da minha mão?
Rios de luz, rios de lava,
a escorrem velozes na noite que se afaga?
E das planícies, o oiro das apanhas maduras,
e das serranias o rosto roliço das fragas de granito,
e o prazer de deslizar no silêncio póstumo do teu grito,
de partilhar a doçura cansada do teu riso …
Ah meu amado, que te daria, o que daria eu,
para te ter aqui a meu lado?
Talvez a ponta biselada de um cometa;
Talvez um céu perpetuamente estrelado
ou uma viagem intemporal no dorso de um cavalo alado,
o meu corpo epigrafado com o teu nome colado…
Se toda a riqueza do planeta não se estanca,
não se acaba,
na singeleza da minha modesta oferta
… em loucura confessa.
Se por ti, removo em desalento
ciclones, furacões e até o seu epicentro?
Se por nós as próprias flores mudaram o ciclo
das suas florações? Do seu desabrochamento …
Se, na força de te amar, mudei o rumo do mar,
mudei o sentido casuístico ao vento?
Mudei eu mesma por dentro?
Que te daria eu, senão o mundo, meu amado?
Que te daria eu?
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