Contos : 

Lo QuI SeRÁ sErá...

 

Lá, lá, lá...
- Maria, Maria, espera.
- O que foi tecla V?
- Tu ontem criaste um precedente ao deixar a tecla A dar um palpite na tua história...
- Bem, agora não me digas que tu também queres opinar e meter aqui o nariz?
- Sim, eu acho que sei por onde tu queres ir, e, se não me deixares exprimir, estarás a ser tendenciosa...
- Ok, vou dar-te a mesma oportunidade. Mas as regras são as mesmas, assim que vir que não é nada do que eu quero, sais fora!
- Posso então exprimir-me, Maria?...
- Podes, mas não te expremas muito para não ficares roxa, eh, eh, eh...
- Engraçadinha que tu és e presta então atenção:

«Fabrícia chegou finalmente onde só ouvia o som do mar e um ou outro pio das aves marinhas. Estava em total sintonia com o universo, num mundo só dela. O mar estava de um vermelho tão vivo que parecia estar numa praia do Brasil, só faltava o Morro do Pão de Açucar. Tirou rápidamente a máquina do porta-luvas e começou a disparar na direcção do por do sol. Tirou umas quantas fotos e depois sentou-se de pernas cruzadas e ficou a meditar. Consegui abstrair-se de tal forma de tudo à sua volta, que nem o mais leve rumor sentia, só a paz interior que dela fluia. Ela conseguia controlar tudo de tal maneira que quando voltava a abrir os olhos ainda conseguia ver a última nesga do sol no mar. Fabrícia abriu então os olhos e não queria acreditar no que via. Voltou a fechá-los e a abri-los e tudo na mesma. Esfregou-os e nada mudou do seu campo de visão. Fabrícia estava diante de um portão enorme de ferro que dava entrada para um jardim com um grande palácio no meio. Ela nem acreditava no que lhe tinha acontecido, mas como gostava do desconhecido, do misterioso e de aventuras, não perdeu tempo a pensar em mais nada e tocou à campainha. Logo ouviu uma voz: "diga a sua senha." - mas que raio...bem será, AICIRBAF? Não era. De repente uma borboleta amarela pousou no seu ombro e segredou-lhe ao ouvido "Sou uma pessoa feliz" Fabrícia repetiu e bingo, os portões abriram-se. A borboleta começou a cirandar à frente dela e Fabrícia segiu-a hipnotizada nela. Eis então que a borboleta se transforma numa bela mulher com uma túnica branca e umas sandálias. O cabelo dela era muito negro a contrastar com os olhos muito claros...
Fabrícia deu um salto para o lado - mas ...que é isto?... Quem és tu?...
- Eu sou simplesmente a Musa e quero-te proporcionar momentos inesquecíveis aqui neste meu palácio?
- Mas como é que eu vim aqui parar?... Quero ir embora...
A outra mulher tocou na mão de Fabrícia e foi como se lhe tivese injectado uma dose de confiança. Fabrícia respirou fundo e deixou-se conduzir.

Entraram no palácio e Fabrícia estava encantada com a monumentalidade de tudo e sobretudo das pedras que decoravam o interior. Eram cristais de quartzo maiores que ela e que ela podia abraçar e sentir as energias vivas que eles transmitiam. A mesa do salão era uma pedra de ortoclase qua dava para albergar uma duzia de pessoas em sua volta. Era sustentada por pilares também de ortoclase e os bancos eram também do mesmo. Fabrícia olhou para a clarabóia e ficou abismada, eram cristais de quartzo brancos e transparentes que a formavam. A Musa pegou na mão de Fabrícia e elevoua consigo até ela poder tocar na clarabóia. Fabrícia teve que fechar os olhos tal era a intensidade da luz. Quando abriu os olhos de novo estava na parte de trás do palácio onde havia uma gruta com uma lagoa com uma água sulforosa e muito quentinha. Musa tirou a túnica e atirou-se para a água. Nadou até ao extremo da lagoa e depois chamou a Fabrícia que estava especada a olhar. mas logo se desenvencilhou da indumentária toda que trazia para andar de moto e caíu também na lagoa e depressa alcançou a musa. onde estava a Musa havia um manjar de frutos silvestres, pão de cereais, leite de cabra, queijo e tartes de legumes. Musa foi com a boca tirar uma amora que trincou e depois beijou Fabrícia com a amora ainda na sua boca...

- Alto e pára o baile!
- Mas que raio tecla I, como te atreves a mandar-me parar sua idiota!...
- Eu não sou idiota e aposto que não é esse o caminho que a Maria quer seguir!
- Mas claro que é. Ela ainda não me mandou parar. Tu desanda daqui que eu vou continuar...
- Bem, agora tenho mesmo que intervir. Desculpa tecla V, mas a tecla I tem razão...
- O quê?... Mas então porque não me mandas-te parar há mais tempo se...
- Sim, sim, tens razão. Mas tu tens uma imaginação tão fértil que eu de repente deixei-me levar...
- Pronto. Agora a tecla I vai já dizer que também sabe o caminho...
- Pois sei!
- Calma Senhoras... Ora então peço à tecla I que faça um resumo para ser mais rápido e já vamos ver...
- Eu acho que a Fabrícia vai ser raptada por seres etra-terrestes enquanto está a meditar profundamente...
-Pronto, não digas mais nada. Também não é o caminho das estrelas que eu quero seguir! É pá, vocês nem para acertar no euromilhões! Saiam-me já daqui e amanhã serei eu a dar seguimento ao enredo!

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Mariaa
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