Poemas -> Reflexão : 

AMORES E MEDIDAS

 
Como se mede o amor?!
Pelo ciúme rude... Embrutecido?
Pela mão que afaga aflita... E que, um dia, açoita?
Pela preocupação constante por não se sabe o que?
Pela fome constante de não saber o sabor?
Pela lembrança presente de não se sabe donde?
Pelo sexo ardente e desnudo de pudores?
Pelo sexo apático e paciente dos pudicos?
Pelo simples fato do existir sublimado?

Como se mede o amor?!
Pelas passionais palavras malditas?
Pela lembrança nunca esquecida?
Pela palavra nunca dita?
Pelas palavras doces... Sempre ditas?
Pela anulação anunciada de um deles?
Pela vida desorganizada... Tudo por fazer?
Pela ausência necessária do tempo?

Como se mede o amor?!
Pela lágrima desistida... Ou pela lágrima desprendida?
Pela mão que afaga... Ou pelo gesto que despreza?
Pela atenção permanente... Ou pelas palavras que diminuem?
Pela dor da partida... Ou pela dor da chegada?
Como se mede o amor?

Como se mede o amor?!
Se adoece enquanto cura...
Se alimenta enquanto mata...
Se dói... Enquanto acontece o néctar da vida...
Em todo o seu resplendor!

Como se mede o amor?!
Se escurece a visão... Enquanto clareia a alma...
Se quanto mais se encontra... Mais se perde no tempo...
Se confunde por dentro... Mais se explica o mundo.

Alguém me diga...
Como se mede o amor?

Karla Mello
outubro/2009


karla.melo66@hotmail.com"Nao tenho ambições nem desejos. Ser poeta nao e uma ambição minha. É a minha maneira de estar sozinho." (Fernando Pessoa)

 
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