Poemas : 

Redondilha de Escárnio e Maldizer - 2

 
II

Meu caro Pero da Ponte
De tal não há precisão
Que a malta gosta da fonte
Que brota do garrafão

Depois que o tal se esvazie
E seja este quente ou frio
Importa é que não azie
Que em nós entre mas com brio

Quanto à sesta que ela venha
Devagar devagarinho
Como canção de embalar

Que é para a fogueira a lenha
Como para a festa o vinho
Que só findam ao findar



Notas:
1. Esta redondilha nasce após leitura da Cantiga de escárnio e maldizer: [Quen a sesta quiser dormir], da autoria de Pero da Ponte;
2. Pero da Ponte, poeta da primeira metade do século XIII.

 
Autor
Xavier_Zarco
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/10/2010 09:04  Atualizado: 22/10/2010 09:04
 Re: Redondilha de Escárnio e Maldizer - 2
Gostei mais ainda desta redondilha.
Que posso escrever: venha mais...

Um abraço.


Enviado por Tópico
maduro
Publicado: 22/10/2010 11:08  Atualizado: 22/10/2010 11:08
Muito Participativo
Usuário desde: 09/02/2008
Localidade: Santa Maria da Feira
Mensagens: 73
 Re: Redondilha de Escárnio e Maldizer - 2
A redondilha, maior ou menor, aplicava-se normalmente às quadras.
Uma cantiga de Escárnio em forma de soneto tem o seu quê de original. Uma construção medieval com cara renascentista.