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Stone Halls e o juramento

 
Correram como nunca naquele dia e pararam embaixo de uma enorme figueira para descansarem do sol. Queriam chegar logo no rio para tomarem banho. Ofegantes e sorridentes sentaram nas enormes raizes da árvore. Olharam um para os outros e buscavam entender o que significavam aquela amizade.

Eram quatro garotos na faixa de doze e treze anos cheios de sonhos e fantasias. Moravam na pequena cidade no interior de Mato Grosso nos anos oitenta. A vida passava devagar e os acontecimentos eram monôtonos ao extremo. Stone Halls era bastante sonhador e já rascunhava seus sonhos no seu caderno escolar. Naquela tarde um dos garotos teve a idéia de fazer um juramento.

- Juramento?

- Sim. Vamos fazer um juramento de sermos amigos por toda a nossa vida aconteça o que acontecer.

- Você é maluco? De onde tirou essa idéia?

- Não somos amigos?

- Sim. Somos amigos. Mas o que tem isso a ver com um juramento?

- Então vamos fazer um pacto de mantermos nossa amizade por toda a vida. Quando ficarmos grandes e acontecer alguma coisa com um de nós os outros vão ajudar.

- Larga mão de ser besta. Não precisa fazer juramento para isso. Nossa amizade vai sempre estar presente em nossas vidas e ajudaremos uns aos outros quando precisar.

- Quer saber – interrompeu um terceiro – eu vou é para o rio. Vocês tem cada idéia louca.

Continuaram sua correria em direção ao rio. Passaram a tarde nadando e se divertindo nas águas vermelhas do Rio Branco.

Stone Halls hoje se lembra, passados mais de vinte anos, que os amigos daquela tarde estão dispersos pelo mundo. Quase nada se sabe sobre suas vidas e seus pensamentos. Um amizade perdida no tempo. Um juramento que não aconteceu.

 
Autor
Odairjsilva
 
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