Crónicas : 

TIPO ASSIM II

 
Nada me move de encontro a nada, exceptuando o arcaico estático e fundamentalista, que, de vistas curtas e temeroso, arroga-se a não reconhecer mais do que vá além de seu mundo, restrito e predisposto, na ideia de que algo, a existir, não se concebe para ser mas para manter-se.
Acredito que falta, hoje em dia, um sentido pleno da Moral, do que é a Moral e
de sua importância para o Homem, para o seu dia a dia, no contacto directo com os demais.
De facto ela (Moral) nem precisaria de existir, como algo que devesse seguir-se, a fim de evitar a total anarquia entre os homens, se cada um de nós, soubesse esta verdade:
“a liberdade de um acaba sempre onde a do outro começa”.
Que temos nós hoje, neste nosso Mundo, se não uma mescla imensa de tribos, cada uma dizendo mal da outra, por as últimas não seguirem as suas ideias, o seu ideal, do que deve ser o bem viver e consequente felicidade, donde terá de sair forçosamente a inevitabilidade que as mantenha e à sua crença defensáveis?
Como disse, nada me move de encontro a nada, excepto o que não medra, por acomodatício e parco alimento, fechado que está em vitral kantiano e nada pluralista, a modos que fosse como que um portador exclusivo de um qualquer gnoma, imune ao membro de outras espécies, possivelmente causadoras de danos irreparáveis, de seu coto incestuoso e fratricida.
Do mesmo modo é aplicável, isto que digo, ao que tem medo de perder pé, tomando desde cedo
por afronta tudo o que é traço diferente e ousado, deixando-o de sobreaviso e renitente, sempre que se lhe pede passo a dar.
Eis aqui, o cacógrafo e o mal, instalados nas cercanias dos muitos quintais que estão proliferando por esse Mundo afora.

Jorge Humberto
(21/07/2004)

 
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