Que dores me dá o tempo!
No frio do meu corpo
O trabalho do Inverno
Que ainda não chegou
Trará-me a morte certa
Da fadiga do que faço
Que sempre para mim tardou.
Quem sabe se esses cantos
Não foram feitos para mim?
História do frio, doença
Que mato e encerro por aqui
Vivi demente e com embaraço
Sinto que agora abraço
Alguém que há muito perdi.
Quem sofre discretamente
Teima agora em derrubar
E brincam com minha mente
Que a raiva foi piorar
Cansado dos desejos
Pedidos a lua, ao luar
Quero morrer neste dia
Ignorando o que aconteceria
Se não me fosse matar...
Pedro Carregal