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E em cada dia que passa...

 
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E em cada dia que passa,
há uma recordação que fica!


Um quarto de século passou e é com saudade que recordo aquele menino lindo e louro, meiguinho, a pedir:
-Vó conta uma história, aquela do menino pobrezinho ou a outra do patinho feio que ficou bonito.
E eu contava: Era uma vez….
E as lembranças vêm...A colmeia, as abelhas alegres e zumbidoras...e a Alda a mandar nele...e o suplício da solha...e a dor de barriga que vinha antes de chegar a carrinha...e o Senhor Joaquim e o Senhor Madruga…
E em cada dia que passa, há uma recordação que fica!
...E o jogo das cartas…
- Vó eu quero o burro de contar!...ou a bisca, ou o dominó inglês. E os combinados do Califa...o”oito” era o preferido…
Os soninhos na cama da avó...

Papãozinho vai-te embora,
de cima desse telhado,
deixa dormir o menino
um soninho descansado!

E em cada dia que passa,
há uma recordação que fica!

E a alegria do Carnaval no Fonte Nova...cozinheiro, zorro, índio...papelinhos, serpentinas...uma festa…
E o meu coração cantava ao ver a alegria no teu olhar!

E as idas ao “Zoo”:
-Vamos Vó! E era uma correria...a aldeia dos macacos...as jaulas dos animais ferozes...os baloiços ...os escorregas….

E as idas ao Cinema: a caixinha das surpresas, o pluto, o Pato Donald… e ao virar da esquina a alegria:
“Olha a Casa da Vózeca”!
E a Emílio Navarro...os amigos Tiago e Gonçalves ao quadrado...as sandes de chouriço!...

E veio o tempo de crescer, as borbulhas, o acne, as crises da adolescência e lá vinha o Adriano Mole com as graças do comprimento...das medidas...e o Benfica, o glorioso, a vela acesa...as manifestações de alegria e por vezes , mau sinal, até havia lágrimas…
E em cada dia que passa, há uma recordação que fica!

E o “conjunto” e o som da guitarra dedilhada por ti!...E sempre o bom aluno sem chumbos...E o Inglês, o autismo e os 19 valores...Mais tarde, quase agora: O senhor Doutor...e o orgulho de avó continua.
E sobre o Amor, ainda não é o ontem, é o hoje, será o amanhã.
Ainda não dá para recordar. Falaremos noutra altura.
E é com alegria que me revejo hoje no meu neto, um Homem.
Como é que eu posso pagar tanto que me deste?
Nunca te dei nada de valioso, mas o meu amor, esse nunca duvides dele. Estará sempre presente!
“Vózeca”

Susete Bogalho


José Mota

 
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PoetaSenior
 
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