Poemas : 

À rua, à rua

 
Alguém, sem saber quem
Vai dizendo coisas da razão
A cair entre aqui e aquém.

É discurso torneado
Sem espigões aguçados
Que crava com dizer de agrado,
Flores de porte inflamado
Nas costas da turba quieta.

É de contorno que nunca diverge
Da vontade derreada do indivíduo,
Quando feita de lide que submerge
Dentro do conteúdo mais incómodo
E lá fica sem desmando,
Que esse já não surge.

Alguém sem saber quem
Diz coisas que ditas assim
Casam a probabilidade com a razão
E arrojam os pés pelo chão
Em marcha de arresto
Por terreno pasto,
Credor de materno pão.

Entre aqui e aquém,
Ali e além,
Há protestos sob os cavalos
De cascos aos estalos
A trepar pelo trote,
Sem querer chegar ao galope
Ainda morto por sorte,
Ainda morto e torpe.

O discurso não desfalece
Nem a vontade é o que parece

Valdevinoxis


A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
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Valdevinoxis
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/12/2010 23:04  Atualizado: 21/12/2010 23:04
 Re: À rua, à rua
Parabens pelo poema gostei muito