Contos : 

O AMOR EM MEIO AOS HORRORES DA 2ª GUERRA MUNDIAL

 
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Segunda guerra mundial. Auschwitz ano 1944. Campo de extermínio alemão.

O horror se faz presente, o desamor, o ódio. Feras humanas em ação – nazistas x judeus, de todas as idades, do mais idoso, ao mais jovem.. até mesmo, crianças; homens e mulheres, juntos, vítimas da crueldade ilimitada do nazismo.

Naquela manhã, o comandante alemão, chegou ao campo de concentração, trazendo o filho, de apenas sete anos de idade, para que, o pequeno aprendesse como se devia tratar os inimigos. Em dado momento, foi chamado às pressas para solução de um possível problema. Ordenou a oficial alemã, os cuidados devidos, para com o seu filho.

O pequeno descuido da nazista levou o filho do comandante, ao encontro de um garotinho judeu de seis anos de idade. Fritz olhou espantado para o pequeno prisioneiro, e, disse: – Como você é magro! Você não se alimenta? Seus pais não lhe dão alimento?
– Não! Temos pouco o que comer e beber... O seu pai não nos dá comida. A sua roupa é muito bonita, você é forte.. Por que o seu pai dá o melhor pra você e não para nós?

Fritz sentiu um amor profundo pelo novo amiguinho, e, respondeu: – Não sei... Pegue o meu lanche, a oficial me deu, mas não quero! Pode ficar. Eu gostaria de ter um pijama como o seu. Aqui, todos vestem o mesmo pijama...

O garoto judeu olhou para Fritz e disse: – Você é meu amigo e eu vou lhe dar o pijama que você quer, assim, você virá me visitar e ninguém saberá, porque a sua roupa vai ser igual a nossa.
Olha, eu tenho o pijama do meu amiguinho, que foi tomar banho de chuveiro com o pai, a mãe e outros amigos. Ele não voltou mais. Acho que eles foram embora... Agora, a roupa dele é sua.

Nesse momento, grande agitação aconteceu.
Os guardas corriam enlouquecidos a procura de Fritz. Impulsionado por uma determinação maior, a criança escondeu o amigo judeu, e, disse apressado, colocando o pijama que ganhara na sua pequena valise: – eu voltarei!
Em seguida correu gritando: – estou aqui! Estou aqui!

O comandante alemão levou-o de volta para casa. Fritz não esquecia o amigo do pijama de listras que, conhecera no campo de concentração, onde o pai trabalhava. Na hora das refeições, sempre falava no amiguinho que conhecera. O comandante revoltou-se e disse querer constatar a veracidade do relato do filho.
– Disse a esposa: – vou levá-lo até o campo, quero saber se é verdade, se ele conheceu esse maldito menino judeu.

Cumpriu o que falara. Lá chegando, usou de astúcia e deixou que Fritz procurasse – por ironia do destino – o amigo judeu. Deu-se o encontro, alegre Fritz abraçou o amigo e disse: – Não precisei vestir o pijama, para vir lhe ver.

Riram por pouco tempo... Logo o comandante chamou o filho, e, o levou de volta a casa.

Quanta ira! O comandante não se continha.
Ligou para Auschwitz - campo de concentração – e, deu ordens para que o garoto, amigo do seu filho, a família e mais outras dezenas de prisioneiros fossem levados para o “banho de chuveiro” ao entardecer do dia seguinte. Fritz, escondido na escada da casa, ouviu tudo quanto o pai falou.
Pensou: – Meu pai quer separar o meu amigo de mim, o meu outro amiguinho foi tomar esse banho e não mais voltou! Eu vou ficar com o meu amigo, vou tomar banho com ele, assim, se, ele for embora, da mesma forma que o outro amigo dele foi eu estarei lá... Irei também.


No dia seguinte, quando Fritz viu o pai se preparando para ir a Auschwitz, pegou a sua valise, na qual, estava o pijama – presente do seu amigo judeu – e escondeu-se no porta malas do carro do pai. Quando o automóvel estava bem próximo da cerca – limite da estrada, com o Campo de Concentração Alemão –, Fritz aproveitou a parada do veículo e o descuido do pai que, irritado, revistava parte da cerca, onde havia uma cavidade em sua base, a qual, facilitaria a fuga de algum prisioneiro. O garoto alemão escondeu-se. Quando o carro do seu pai encobriu-se, saiu em disparada até a cerca, onde ouviu o pai esbravejar, por tamanho descuido dos seus subordinados.


Ali mesmo, Fritz tirou a roupa e vestiu o pijama - presente do seu amigo judeu. Comprimiu-se na cavidade da base da cerca, e, entrou no campo de Auschwitz. Vestido com o seu pijama listrado... Esgueirou-se por suas dependências, e, alegrou-se quando viu o seu amiguinho. Ficaram juntos até o entardecer e quando os soldados alemães chegaram e deram ordens brutais para que todos se despissem, deixando as roupas nos cabides, fazendo-os crer que voltariam a vesti-los, depois do banho, Fritz apertou a mãozinha do judeu, e, entrou naquele quarto de porta muito espessa e suja. O compartimento ficou totalmente lotado. Todos magros e nus, de braços para o alto, como ordenavam os soldados, aos gritos, para que coubesse mais gente. Fritz, porém, não soltava a mão do seu amigo, elevada ao alto. Assim, que as portas se fecharam, a luz foi apagada.


Um clarão aconteceu... Uma abertura arredondada, no alto do teto se abriu e, apareceu lá no alto, o rosto do comandante, averiguando a situação. A seguir, ordenou em alta voz que, fosse concretizado o seu plano maligno. Um soldado começou a jogar sobre os corpos nus, punhados de Zyklon B., logo o gás começou a invadir o ambiente. Morte lenta, agonizante, asfixia brutal.


A mãe de Fritz, sentindo a falta do filho, encontrou um bilhete onde estava escrito: – Papai quer separar o meu amigo de mim. Ouvi quando ele mandou colocar o Joshua no chuveiro em Auschwitz. Vou tomar banho com ele, não vou perdê-lo.


Dor, desespero!
A mulher ligou para o marido em total desequilíbrio emocional.

Às pressas, foi até o campo de concentração.
Na margem da estrada, viu a valise e as roupas do seu filho ao lado da cerca. Logo entendeu que ele entrara por ali. Os gritos do profundo de sua alma foram intensos e, verdadeiros,tanto quanto os de todos que passaram por Auschwitz - os que morreram na câmara de gás.



EstherRogessi. Cover do filme o Menino do Pijama, Escritora UBE. Mat.3963. 27/12/10
http://muraldosescritores.ning.com/pr ... r-em-meio-aos-horrores-da
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Quando descobri o que sou para Deus a opinião da oposição, a meu respeito perdeu o efeito; quando me conscientizei do que Deus é para mim dispensei intermediários.

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Autor
Esther
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1872
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