A profundidade do ser estar em calar o espírito,
A reescrever sonhos, a reencontrar o passado,
Viajando no interior da luz.
Saudade eu sinto sempre, sinto do mundo,
Saudade vale para lembrar e estar vivo,
Não temo saudade. Sou feliz nas lembranças que na realidade.
Entrego-me, caminho, fantasio, refaço,
Tapo o vazio, apago dores,
Reconstruo meu pretérito a cada paço,
Desfaço solidão, preconceitos, rejeição, falsos amores.
A cada primavera renasço,
Não sou velha, não sou criança, sou lembrança,
Daquilo que serei, do que fui, do que sou,
Para que destilar o mal que cessou?
Se não muda o presente? Mude o passado,
Alargando as amarras do chamado destino,
E o futuro não serão rugas amarguradas,
As rugas serão das saudades,
Das saudades bem recordadas.