Sonetos : 

A obra

 
A obra é um acaso entre tantos
Que entretanto mais firme teima
Presente que estala e queima
Se aninha em recônditos cantos

Nascem então estranhos encantos
Não raro sabe a guloseima
Atinge píncaros de toleima
Vem do riso firma-se nos prantos

Eis pois ao siso do mundo a obra
Onde lhe sobressai cada dobra
Afastando-se já do criador

E o criador por si enganado
Que fiava-se assim escorado
Só lhe resta tentar-se noutra dor.

 
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Almeida
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/01/2011 11:36  Atualizado: 20/01/2011 11:36
 Re: A obra
A Obra sendo objecto no tempo e para além dele transforma o tempo numa realidade oposta ao passar dos dias e o criador limitado pelo desgaste energético um dia vai-se para ficar.