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Amor tímido

 
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Quando olho e apareces,
Bem à minha frente,
Deixas-me os lábios selados,
Reduzindo-me a uma simplicidade inocente.

E quando olho e não estás tu
Fico extremamente descontente
Sentimentalmente nu
Do amor e da vida, descrente

As outras vezes que te vejo
(Dizem que com os olhos, não mentes)
Observo directamente a tua alma
O que verdadeiramente sentes.
Na tua única maneira calma
De potenciares coisas impotentes
Como da minha mão, minha palma.

Imaginar-me sem ti
Será imaginar roupas sem gentes
Sem ti sou dispensável
Uns trapos velhos, excedentes.

Vindo de ti, um simples adjectivo
Nunca simples será para mim
Será provavelmente um cravo vivo,
Que me poderá fazer voltar ao céu,
Depois de à Terra ter descido.

Nem ramos de chocolates, nem caixas de flores
Nada disso és merecedora
Se de mim és criadora,
Te darei a minha vida,
Ficando apenas com aquelas dores,
Das quais és infelizmente causadora.

Levas-me à total ignorância,
À quase total felicidade.
Será melhor amar e ser amado,
Ou saber toda a verdade?

Quando estás perto, mal me sinto,
E se estás longe, fico tal como toxicodependente,
Quando a sua droga é retirada.
Mas porquê, minha amada?
Porque me fazes ficar doente?
Febres, ardores, a bomba de sangue quebrada?


 
Autor
Bernardo90
 
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