Falam-me as minhas memórias,
da menina, que um dia fui.
Trazem-me o cheiro a maresia,
uma brisa que me acaricia,
um Sol que me beija os cabelos,
que madruga e se espreguiça,
num mar que o abraça,
e que por ele suspira.
Falam-me as minhas memórias,
de um modo, que em mim se renova,
sempre que eu, me abro ao tempo,
e escuto, atentamente, o que ele,
na mente, me regista.
Falam-me as minhas memórias,
silenciadas, eu não as queria,
pois se feitas de silêncio,
minha alma não estaria por certo,
deste modo, atenta e viva.
Falam-me as minhas memórias,
muito em segredo, eu te diria,
que me falam elas também,
de meu amor primeiro,
pois, que sem falar dele,
também, assim, eu não seria.
Falam-me as minhas memórias,
Deixa-me escutar as tuas,
para que possam fazer as duas,
uma alegre parceria.
Falam-me as minhas memórias,
continuo a escutar...