Poemas : 

Cisne Negro

 
Pedem que eu morra então
Em vão,
No chão,
Jazido sem ninguém

E por mim suplicam
Replicam
Evitam
Que eu morra já

Bato as asas e caio sem me deter
Viver em compasso, a morte me chama
E morro com exaustão
Ingratidão que ama o meu ser!

Pára! Volta para mim
Enfim
Teu fim
Será por mim feito

E morres já
E que ele vá
Para cá
Eu poder já ser teu

E voo e voo até à exaustão
Ingratidão
Que o meu ser tem ao coração

Loucura ambígua
Crua e que cai enfim
Desce, é o fim!
Vêm até mim
Cai e cai
E ele já vai
E eu perco-me no meu ser
Sem nada poder fazer
Caio e vejo-me morrer
Com todos a ver e a ver
Morro e morro outra vez...
(De vez, de vez)

E dou por mim no meu lago
Onde me todos esperam!
Bato as asas e se desfaz
A paz
Em mim, em todo o meu ser

Bato as asas então
Até...
Bate então o coração
Então
Sou um cisne negro


Pedro Carregal

 
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PedritoDomus
 
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Enviado por Tópico
Amora
Publicado: 17/03/2011 22:18  Atualizado: 17/03/2011 22:18
Colaborador
Usuário desde: 08/02/2008
Localidade: Brasil
Mensagens: 4705
 Re: Cisne Negro
Olá PedritoDomus,
acho inquietante o seu poema, não sei se por fragilidade minha ou por extrema força dele.
Gostei muito de o ter lido já depois da primeira leitura. Depois da segunda a complexidade tornou-se riqueza, imperdível.
Um abraço.


Enviado por Tópico
gadanha
Publicado: 13/03/2013 16:12  Atualizado: 13/03/2013 16:12
Da casa!
Usuário desde: 13/12/2012
Localidade: nesta seara
Mensagens: 393
 Re: Cisne Negro
interessante. leem-se trabalhos interessantes por aqui. o texto mostra inspiração na criação da imagem e evoca uma relação de resultado apreciável entre o tema "amor" e o sujeito.
um texto interior e de boa leitura.