Homenagens : 

Artur Agostinho - Tinha noventa anos e era ainda tão novo!

 
Era um homem sem idade. O mesmo homem que trazia no bolso um bilhete de identidade que supostamente deveria ser o seu, mas que na verdade contrariava o que o espírito lhe afirmava ser impossível: noventa anos! Não podia ser, pensavam os que com ele se cruzavam no dia a dia e o ouviam com atenção, ávidos por absorver cada uma das suas palavras. Palavras que contavam histórias, mas que ao mesmo tempo transmitiam mensagens resultantes de um número indeterminado de vivências tão recheadas de tudo, onde não faltaram concerteza as grandes emoções de cada momento, e com as quais se haveria de aprender sempre alguma coisa de novo. Em cada conversa, pautada pela serenidade de quem já tanto viveu e que, ainda assim, se não sente velho; muito pelo contrário, a certeza de uma grande lição.É de louvar a atitude de um homem que continua a abraçar o mundo de agora, com as ferramentas que hoje existem de sobra, como quem se recusa a abandonar a composição cujo destino será a última paragem. Por isso precisa de continuar sem se apear. De ir até ao fim...
Morreu hoje o homem, que aos noventa anos de idade e citando um amigo seu, continuava afinal, a ser tão novo!



*... vivo na renovação dos sentidos, junto da antiguidade das lembranças, em frente das emoções...»

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cleo
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Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 22/03/2011 18:16  Atualizado: 22/03/2011 18:16
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 Re: Artur Agostinho - Tinha noventa anos e era ainda tão ...
Uma homenagem bem merecida e muito bem traçada...era muito novo!

Beijinhos