Poemas : 

Transparência

 
através destes dedos
a única saída
a janela por onde extravaso
todo o meu ser
onde não existem paredes
e um mundo cor de pétalas
se joga na minha mão.
através destes dedos
respiro finalmente
entre luares de primavera
abandono os meus medos
as minhas vergonhas
e auto-limitações
inventadas
por detrás de armaduras
de titânio
enquanto deslizo no arco-íris
de reflexos da minha imagem
e permaneço aqui
de alma despida
aqui onde não vivem temores
ou auto-estimas que acorrentam
aqui onde eu existo apenas
como um todo
como todos
sem egos
sarcasmos ou arrogâncias
aqui, entre estes dedos
onde as emoções, os choros
a paixão, o ódio
são expelidos
em cada gota de tinta
em cada palavra
o íntimo exterioriza-se
em explosões
ou simplesmente murmúrios
e fica apenas a essência
do nosso resto de humanidade
a paz

--HP


"O espaço onde pertenço está definido algures
Numa palavra que eu ainda não sonhei"

 
Autor
HelderPinheiro
 
Texto
Data
Leituras
698
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Ghost
Publicado: 17/05/2011 20:15  Atualizado: 17/05/2011 20:15
Colaborador
Usuário desde: 09/04/2011
Localidade: Lisboa, Portugal
Mensagens: 1820
 Re: Transparência
Olá Helder, desde já os meus parabéns pelo poema.
Este poema fala de uma alma despedida de todos os sentimentos, momentos... que se dá e oferece como uma alma virgem.
Abraços e felicidades.