Poemas : 

Vou embarcar

 

Ò irmão triste! Ò bravo homem!
Arredondo os olhos nas formas metálicas,
Lúcidas. Transporto-as no trato como lâminas.

Sopros de fagulhas a anos-luz,
Cruzam nos céus perturbando!
De luz!

Raios saindo das terras,
Inundam os oceanos!
Os oceanos cheios de luz
Consomem-se!


Cumprimentam-se,
Como bólides caindo em penhascos
Conduzem-se com redobrado afecto
Como nas vinhas se trabalha!
No descanso remediado,
Do assalariado embriagado!

Ao rei dou o meu vinho,
Lhe levo o pranto,
Lhe encho o encanto,
De valentia o domestico,
Passar de arruaceiro a vinhateiro.

Sentir dois olhos,
Na cara de alguém,
É defecar na esperança!

Aos défices públicos que eu ignoro.
Os dedos minúsculos de lutar.

Seriam grossos ao arrotar,
Na cara do rei
Seu vinho provado!

Na inquietação do olhar!
Zona livre de encargos
Nem vinhas de maldição.

Só o sorriso parvo do rei!
A maldosa canção do pajem!
Ou a titubeante fragrância das servas!

Que lhe pesando as cuecas de mijo,
Lhe encarecem o modo de vida.

Se comprometem ao rei,
Com a força do costume.
O sorriso de canto a canto,
Um namoro de rua em rua.

Retrógradas e militantes escapadelas!
Noites tórridas ao luar!

Obrigações em criar
O livro em manipular
O cerne da questão!

Extraindo da resina
O mal último do homem!

A lufada de resíduos corporais
Ou animais!

Meu rei!
Tomai por parvos os poetas.
Ignorai o chichi das vossas servas,
Bebei o meu amargo de boca,
Engoli o meu arroto!

Lavai meu traseiro,
E refrescai seu semblante na putrefacção escondida,
Do homem que nunca foi vosso!

Minhas guardas se juntem,
Neste momento de desgraça,
Querendo dizer ao certo:
O amor que já lhe vi!

Nos olhos crentes,
Sem dentes ou não!

Ocos ou sujos de desdém,
Os olhos que vi então!

Ganhar na lotaria e fazer, azedas associações
À comida e à esperança.

Cair nos braços do teu pajem, ó rei,
Sair de um frigorífico
E cair nu no árctico!

É mergulhar na retrete,
E apanhar um caroço de pêssego.
É subir na laranjeira p´ra fazer uma cagada,
Tudo só para cagar do alto!

Porque tudo o que é grande é maior.
Tudo o que é maior se eleva p´ra alem dos mortais,
Ate os laranjais!

Vagas considerações sobre imundícies várias,
Truques e pressentimentos!

 
Autor
mechirome
Autor
 
Texto
Data
Leituras
721
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 29/06/2011 22:39  Atualizado: 29/06/2011 22:39
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: Vou embarcar
Boa noite Nobre poeta, seu personagem fez uma vigem holística pela forma existencial humana, com o intuito de frisar as banalidades travestidas de importância que somos meio que obrigados a engolir no nosso cotidiano, quando na verdade, o ponto final será isonômico para todos, em suas minúsculas moradias horizontais, repletas de percevejos comendo suas vísceras. parabens pelo forma contundente que criticas estas disparidade de costumes entre as castas sociais. MJ.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/06/2011 01:03  Atualizado: 30/06/2011 01:03
 Re: Vou embarcar
UM BELO POEMA QUE ESTA UMA MARAVILHA DEIXO MEU ABRAÇO.

MARTISNS