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O Professor.

 
O Professor.


Era já noite, sem saber para onde ir, com as malas na mão, desfeito em lágrimas, meu pai diria “um homem não chora”, mentira eu o vi chorar quando o meu avô partiu, o vi chorar quando a minha mãe enfartou e morreu e eu cresci assim no meio de nada e no meio de tudo.
Comigo era tudo ou nada, não tinha meios termos, sempre vivi tudo como se fosse aquele momento a última vez, assim foi com esta mulher que acabei de romper, deixei tudo para trás e apenas trouxe as roupas no corpo.
Parei numa ponte, por momentos parecia escutar uma voz dentro de mim, dizendo:
- Atira-te, tu não vale nada vai faz tu és covarde?
Dou comigo tampando os tímpanos, quando me olho eu já estava de perna para o lado de fora da ponte, quase cai, apanhei um susto, como eu fui capaz de fazer isto.
Nisto vejo um senhor bem vestido, fato claro, de chapéu, sapatos de verniz, charuto no canto da boca e um largo sorriso. Olhou para mim, parou e sentou-se do meu lado, meteu conversa afiada:
- Posso ficar um pouco por aqui, pelo que vejo não vai a lugar algum.
Meio consternado consenti, cabisbaixo e ferido no meu orgulho de homem, sem rumo e sem vida a definir. Este senhor parecia ler todos os pensamentos, ele corta o silêncio e o frio que envolvia a minha alma.
- Eu sou o Professor Cabral, eu presumo que está sem casa, sem rumo e tenho uma proposta a lhe fazer, pode ser?
Estranho senti segurança na voz daquele homem, sem pensar respondo:
- Prazer, eu sou o Alfredo, bem isto aqui é caricato, estranho mesmo, mas eu vou o ouvir.
O professor, explica tudo o seu plano e entregando as chaves da casa, ele acede a tudo, afinal que teria ele a perder? Apenas a ganhar, um lar, um ordenado e um começo de vida ali.
Juntos caminham em conversa amena, trocam segredos de sua vida, mas aquele homem sabia tudo da vida dele, por momentos duvidou que fosse obra do acaso. Abrandou os passos, mesmo em frente uma casa grande, bem tratada, parecia sozinha, sem ninguém, o professor se desculpa e diz que ainda tem algo a fazer na rua. Dá volta e caminha, Alfredo abre a porta e antes de fechá-la, olha para o Professor e ele ia de encontro a um jovem na rua, meu Deus ele entrou no jovem e saiu pelas costas.
Já na casa abre as luzes da entrada e vai reconhecer o lugar onde poderá habitar por uns tempos, tudo parecia normal, sem alaridos, pensou vai ser canja. Cansado de discutir, cansado de humilhações apenas queria paz e sossego.
Liga a TV e deitasse no sofá da sala, o seu cansaço é grande e adormeceu, acorda com um estrondo de algo se partindo na cozinha, sonolento ele se levanta, vai à cozinha e para seu espanto vê partos no ar, esfrega os olhos e os abrem de novo, os pratos caem ao chão nesse momento.
Seus pés estão pregados no chão, fica sem saber o que fazer, era demasiado irreal, devia ter algum mecanismo que estava a provocar tudo isso, pensou que alguém estava pregando uma partida afinal tudo era estranho até a proposta do professor.
Respira e ganha coragem, caminha de encontro aos pratos que novamente estavam no ar e como eles foram de novo parar ali, pensa ele, naquele momento, passa a mão debaixo dos pratos e nada, não tinha nada, escuta uma gargalhada estrondosa, todo o seu ser arrepia-se, mas lembrou-se do pai do quanto ele era forte e destemido e falou consigo mesmo eu não vou ter medo.
Virou as costas a saiu para a sala, sobe em direção ao quarto, pensa que um banho o vai ajudar a refletir e entender as coisas. Entra no banheiro, coloca o chuveiro ligado, entra e toma seu banho descansado, quando desliga o chuveiro vira-se e a toalha estava no ar suspensa para ele se limpar. Aquilo não era verdade, não era real, mas a tolha estava ali, pegou nela e tentou aceitar que era natural. Deita-se e fica a pensar naquele dia que estava demasiado longo e pesado, demasiado confuso, fica a pensar em seu pai, foi como uma saudade invadisse sua alma, como ele fazia tanta falta em sua vida sempre tinha uma palavra de animo e de resolução.
Alfredo tem um sonho estranho, muito estranho, ele vê o seu pai e os dois ficam a conversar e seu pai estava repleto de uma bela luz, acorda com o abraço terno de seu pai, olha e se vê num quarto escuro numa cama que desconhece tudo era estranho. Tenta dormir de novo, aconchegasse na cama, o frio invade a sua cama, como se os cobertores ficassem molhados e cobertos com gelo, era uma sensação ruim, péssima mesmo.
Sente alguém sentar-se na sua cama, alguém pesado e puxando os cobertores, o frio invade a sua alma, pela primeira vez ele sente o medo, o coração acelerou apressadamente, algo negativo estava ali, enfrenta e olha para o lado que sentiu que alguém se sentou.
Ele vê um espírito estranho, algo hediondo, algo que nem era humano e nem animal, algo que proferiu palavras desconhecidas, sem entender nada como se ele invocasse algo ali. Tudo começa a se mexer no quarto, objetos é atirada contra ele, a voz do espírito fica mais forte, o medo que o Alfredo estava parecia o alimentar.
Não agüentava aquela voz, aquela língua estranha, o cheiro a podre estava no ar, o enxofre também estava se fazendo sentir, o frio estava mais denso, queria respirar e não conseguia algo estava o sufocando.
Por momentos ele estava pensado em desistir e sair daquela casa, o mais depressa possível, não precisa disso não ele não era cobaia de gente estranha, enquanto pensava que fazer ele fica estarrecido, a volta de sua cama estava mais espíritos, deformados, podres e assustadores. Naquele momento ele pensou com força em seu pai, pensou nos anjos que foi ensinado a orar quando era pequeno, os invocou, à medida que se sentia mais forte mais ele os invocava e os espíritos do mal estavam a perder poder.
Uma luz forte evadiu o seu quarto, uma luz quente e confortante, escutei anjos, com eles estava o meu pai, ele sorriu para mim, trazia nas mãos uma bíblia aberta, sorrindo a deu para mim e ordenou:
- Filho leia este salmo aqui, leias sem parar e não olhes ao que se vai passar.
Alfredo seguro e agora forte pela proteção divina o fez com uma intensidade total, uma força jamais sentida por ele. Começou a ler, acho que nunca via algo igual, era algo tenebroso e envolto no maior terror. De repente tudo parou, senti um cheiro a flores frescas e olhei e vi meu pai subir naquela luz maravilhosa.
Adormeci, amanheceu, acordei com os raios de sol dando em meu rosto, levantei-me e desci para o andar de baixo. Já no último degrau o professor estava me esperando rindo em bom rir:
- Então agüentaste a primeira noite, aqui e muito bem, confesso que foste tu o primeiro, venceu, a casa é tua aqui esta o registro dela, será que aceitas outro desafio?
Alfredo responde seguro:
- Não quero escutar e esta casa eu a vou doar para que seja vendida e esse dinheiro reverta para um lar.
O professor começou a rir diabolicamente, Alfredo pega na sua bíblia e lê o salmo 91, as portas abriam e fechavam, os cortinados voavam, as cadeiras flutuavam as luzes acendiam e apagavam, mas o Alfredo não se acanha e não desiste, o faz até ao final.
O bem triunfou sobre o mal, era hora de Alfredo começar de novo a sua vida, estranho, ele começa ajudar pessoas que estão tendo problemas com coisas desconhecidas, coisa do paranormal e entrega-se a Deus numa fé que sempre a sentiu apenas não sabia fazer uso dela.













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Betimartins
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/07/2011 13:43  Atualizado: 28/07/2011 13:43
 Re: O Professor.
CONSELHO DE UM PROFESSOR, O PREFESSOR É O QUE NOS ENSINA, O SEU ENSINAR É QUE COLOCAMOS EM PRÁTICA EM VIDA, NA VIDA, DEIXO MEU AABRAÇO. QUE MARAVILHA.

MARTISNS