Poemas : 

Tempo Sem Horas

 
Tempo Sem Horas

Tic, tac, tic, tac, tic
Ele voa, desaparece e nós queremos que fique
Estás preso nos ponteiros da vida
Marcando os minutos que te resta da tua corrida
Esse relógio que te condena e prende
Às horas vividas num tempo que se vende
Estás confuso de não saber o gosto
O sabor que te marca e liberta num poço
Gritas com os segundos dos minutos
Que te condenam o fracasso dos teus mundos
As horas da consciência marcam o encontro
Com o tempo de agir e queimar esse teu sufoco
Qual é a cor do tempo?
Quanto tempo tem uma cor?
Que entrega ao gasto daquilo que és
Quando vives, passas a ser o chão dos teus pés
Sentes a batida do teu coração como uma faca
Cortando o tempo do relógio que te marca
Estás a amar tudo o que te rodeia
Para sentires o sabor do ódio que te encandeia
Tic, tac, que se lixe, não quer ouvir
Esse som em contagem decrescente para te punir
Mais dois passos nas horas da tua existência
As horas são as únicas que não tem tempo nem paciência
Olhas para o sol e vês a lua
A cravar-te na mente da consciência da tua rua
É aí que gritas para que o tempo pare ou faça recuar
Mas é tarde, e os minutos estão sedentos para te castigar
Dás boas vindas do que não és nem queres ser
Serás o que não queres e vais-te afogar no prazer
Agarra o tempo e deixa-o marcar os teus minutos
Nesse tempo sem horas que controla os teus rasgos confusos

 
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MenteOculta
 
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