Esta angústia que dentro de mim mora, cresce a cada dia que passa. já tem o seu espaço próprio que ao longo dos tempos reclamando. como se uma erva daninha se tratasse que cresce sem ser plantada ou desejada, vai abafando as outras plantas encontrando recursos necessários para o seu desenvolvimento alastrando-se aos poucos e poucos apoderando-se de todos os pedaços de terra disponíveis. É a planta dominante de um jardim que se deseja belo. A solução é única e torna-se cada vez mais evidente cada vez mais prioritária para que o final não seja ausência de cor, ausência do fruto. O jardineiro que em nós mora grita desesperado, que é urgente actuar, é urgente destruir para voltar a semear.
Mas afinal o que impede que comece a trabalhar? è que neste jardim triste, no meio de tantas ervas, permanecem algumas flores. Flores lindas e especiais que marcam um lindo passado e uma esperança no futuro. Arrancam-se então só as ervas daninhas propõe o desentendido, explicando que assim, que dará mais trabalho mas que vale a pena. O pior explica o jardineiro é que por muito morosa e honrosa que esta tarefa fosse é de todo impossível. Por muito feio que o jardim esteja á superfície, os estragos feitos no interior da terra são de uma dimensão bem superior. Aos poucos e poucos as raizes das ervas daninhas foram-se ligando á das flores e se as quisermos arrancar, temos também que arrancar as flores. E se não quisermos arrancar as flores nunca vamos conseguir arrancar as ervas. Não vale a pena pensar no que se poderia ter feito para o evitar, não vale a pena culpabilizar a falta de atenção que foi dada quando as primeiras ervas daninhas "inocentes" foram aparecendo. Sabemos agora que se as tivessemos arrancado na altura tudo isto não se estaria a passar, mas a verdade é que o sabemos agora mas na altura não o sabíamos. Como todas as aprendizagens, esta é mais uma aprendi-a da pior maneira. Hoje sei mais do que sabia ontem e mais consciência tenho que hoje sei menos que um dia saberei.
Re: O meu Jardim
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