Poemas -> Reflexão : 

DIVAGANDO SOBRE A POÉTICA CABRALINA

 
 



O verso cabralino
É conciso, sintético;
Mas que transforma
Em Taj Mahal dos pensamentos
Quaisquer ruínas do cérebro.

A fotográfica topografia cabralina
O corpo e a alma dos entes desnuda:
A exemplo do Rio Capibaribe,
O perfeito cão sem plumas;

A exemplo da cabra, que,
Com sua epifânica, sábia e curtida negrura,
Plasma ou cunha --- no DNA filiforme, porém tenaz
Da emigrante nordestina pessoa ---
O gosto pela arte da sobrevivência,
Além do amor pela saudade telúrica;

A exemplo da dileta fruta,
Aferindo-a ante toda uma sorte de frutas
Para poder mostrar
A sóbria apoteose da sua ímpar gostosura.



A poética cabralina
É --- em verdade ---
Um majestático, prolífero reino mineral:

Talhada á água,
Á pedra, a mangue,
Á natureza vestida de sol e sal.

A poesia de Cabral
Não flerta ou transa com o sol do lirismo:
Evita a esparrela de sua areia movediça,
De seu insidioso precipício!

Entretanto a aridez dos versos cabralinos
Derrama sobre nós
Um infinito afluente de sentimentos:

A eloquência de sua iconografia
Faz com que a sua poesia
Induza o leitor ao choro, ao enternecimento,
Á erupção da emoção legítima
Quando a declamamos no apogeu do seu momento!



Afinal a poesia cabralina
Ostenta um dúplice segredo:
A observação como matéria prima
E o seu canto a palo seco.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA


SOU NATURAL DA CIDADE DO SALVADOR, BAHIA. NASCI EM JUNHO DE 1982.
NA VERDADE, SOU UM MENTECAPTO QUE TROPEGA PELAS
ALAMEDAS DA POESIA.
http://twitter.com/jessebarbosa27
http://www.myspace.com/nirvanapoetico
http://poetadorjesse.zip.net/
http://si...

 
Autor
jessébarbosadeolivei
 
Texto
Data
Leituras
1399
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
17 pontos
1
0
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
HelenDeRose
Publicado: 14/11/2011 00:12  Atualizado: 14/11/2011 00:12
Usuário desde: 06/08/2009
Localidade: Sorocaba - SP - Brasil
Mensagens: 2022
 Re: DIVAGANDO SOBRE A POÉTICA CABRALINA
Caro amigo e Poeta, que poema você escreveu!

João Cabral de Melo Neto, o homem sem alma, fez da sua obra um tratado poético para a arte da literatura. Utilizando-se de uma linguagem dura e fria, comparado a uma pedra. A realidade do seu vocabulário e linguagem poética é uma referência de pesquisa para quem deseja aprender e conhecer sua obra.

Meus Parabéns, por sua visão sensível a poética cabralina.

Reverencio.

Helen.