Minha vida é uma peça imortal
Contida a vários atos e intervalos
Entre peças e enredos ela, envelhece
Não adianta vestir capas da impunidade
Na vida tive vários palcos, assistidos
Entre as luzes da ribalta e do esquecimento
Quis ser Cleópatra, Sócrates e Mozart
Mas apenas foi uma imortal que viveu aqui
Dizem que em muitas peças eu foi aplaudida
Em outras, duramente assobiada e punida
Que importa isso para a minha existência real
Se hoje eu planto flores com odores a jasmins
Errei muito nos meus dizeres por cenas impostas
Quis lá saber do que a platéia iria pensar de mim
Então optei por fazer o meu maior papel da vida
Onde eu faço de maluca e destrambelhada da vida
Onde sou o realizador e o maior cineasta da peça
Todas as palavras são devidamente pensadas por mim
E as reações registradas e guardadas na alma da atriz
Nem queiram saber que lhe vai aos seus pensamentos
Chegou à hora de encenar a sua, real partida da sua peça
Descer os panos da vida sobre a imortal atriz no palco
Não têm mais luz virada em seu foco, apenas os aplausos
A sua pestana já se fecha lentamente, a frio já a invade
O coração deixa de bater, as luzes apagam-se de vez
É hora de refletir, hora de partir para outras paragens
Outras encenações, apenas é a hora da minha partida!
Podemos entrar em contato com você via e-mail?*
sim
Re: Os palcos da minha vida
Mais textos
Rss do autor
Estatísticas
Enviar
Imprimir
Criar um pdf
