Poemas -> Introspecção : 

NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO

 


Não sei quantas almas tenho,
vou deste, que ora vos escreve,
para outro, sem que tal me
aperceba: apenas a poesia tem

esse fidedigno dom. Então sou
muitos, no mesmo tempo temporal,
em que um sonho vira realidade,
e eu me questiono, a quem sou.

Tenho mil janelas abertas, de par
em par, que me mostram todo
este imenso mundo, cingido pelo
sol, que lardeia, alto nos céus.

E meu ser abstracto se confunde
com a paisagem, de onde me
enlevo, para ser nela sua essência,
tão translúcida como coerente.

Abro os olhos à minha volta e me
indago: se muitos, é quem eu sou,
então sou a própria natureza,
que sempre se inova e tem mil faces.

E como num rio concreto, sou os
olhos, que espreitam por detrás
de mim, por cima de meus ombros,
como que tentando adivinhar-me.

Jorge Humberto
15/10/11

 
Autor
jorgehumberto
 
Texto
Data
Leituras
625
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/10/2011 17:15  Atualizado: 15/10/2011 17:15
 Re: NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO
Jorge, sou desde sempre um dos seus leitores mais atentos. Vejo que continua a ter poucas leituras e quase ninguém o comenta.
E você, e bem, não comenta ninguém.
Já me respondeu um dia e isso basta-me para admirar também o homem autor.
Está muito bom este poema. O meu abraço.