Poemas -> Góticos : 

TUONELA

 
A tristeza é meu pão
E as lágrimas eu bebo como vinho
O esquecimento é a minha alegria
Enterrados sob os dentes do tempo

Pois fria seja a pedra
Quando as geleiras devorarem as terras
Consolação não é uma dádiva
Da mão de gelo do inverno

Sob uma crosta de neve
Eu vou repousar minha armadura quebrada
O que aço e ferro não levarem
Eu oferecerei em nome do inverno
Não adianta um rapaz triste
Não serve um simples patife
Nenhum noivo para noivas de cabelos franzinos
Este homem velho e manco

Se ao menos eu pudesse respirar
Para ver o sol de maio
Mas as noites ainda são mais longas que os dias
Enquanto eu definho

Chegastes o homem coroado
Trazendo os sons da batida dos tambores da guerra
Disse: nenhum braço de espada é forte o bastante
Sem meus dois bons pés

Mas eu não contemplo
Nos olhos da donzela eu vou me casar
Eu vou colher a safra de Tuonela
A saúde de minha noiva na morte

Para quem não sabe, Tuonela é o mundo dos mortos na mitologia finlandesa, similar ao Hades da mitologia grega.
 
Autor
Felipe.
Autor
 
Texto
Data
Leituras
631
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/11/2011 00:03  Atualizado: 24/11/2011 00:03
 Re: TUONELA - Para Felipe
Gostei muito do poema; o título, antes de ler, atiçou minha curiosidade e fui ler sobre o Tuonela. Gostei mais ainda do poema por isso


Um abraço em você, Felipe.