Poemas : 

Um dilema, não um poema.

 
Amanhã acordarei como hoje me deito:

Morto.
Isento de Ti, sem caricias.
Isento de Ti mesmo.
Isento de mim.

Acordarei e pensarei mais:
Mais dor trovará sobre mim.

Custa tanto ser diferente. Para melhor.
Não fumar e beber. Gostar da borga mas também de ler.

E a vida arremessa-nos sempre a igualdade à cara.
Numa limpeza da consciência.

Amanhã acordarei, e a biologia nada me dirá.
Pois toda a minha atenção estará na mulher que passa.
Toda a minha mente perde a disciplina para o prazer de a saber despida.

Quase da vontade de pegar no cigarro, para aquecer a traqueia que tão gélida torna a conversa.
Tão pálida a cigarette, refulgindo-se em ironia.
Tão seca.
Tão relaxante.

A inutilidade arrasta-se pela rua,
E sinto pedaços de mim enterrarem-se por entre a calçada.
Oh, porque sou assim,
Afortunado e ingrato
Olhos cerrados e vontade enlaçada
Daqueles dias em que morro

Isento de Ti
Isento de Tudo

 
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R_cc26
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 28/11/2011 00:45  Atualizado: 28/11/2011 00:45
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Usuário desde: 23/06/2011
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Mensagens: 10200
 Re: Um dilema, não um poema.
Boa noite Caro poeta, seu personagem é um tanto masoquista, e aplica sobre si próprio severas punições, com a intenção de ferir o outro, parabens pelo seu contundente texto, MJ.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/09/2014 17:31  Atualizado: 26/09/2014 17:31
 Re: Um dilema, não um poema.
«A inutilidade arrasta-se pela rua,
E sinto pedaços de mim enterrarem-se por entre a calçada.» sei como é isso já passei por esse tipo de sentimento qd estava doente, cara é o caos! sarei e acabou,nunca mais tive zueiras assim,pq é um inferno de tristeza sem sentido