Em uma noite escura, o céu prometendo tempestade.
Singro eu, com minha nau, enfrento os mares.
O mar bravio, ondas se arremessam contra mim.
Firmo a mão, a intuição, seguro firme, o timão.
Sigo em frente, aciono todos meus sentidos.
Os raios caem, sigo seus riscos ao longe.
Conto os segundos e ouço suas explosões.
Iluminam, a superfície do mar, as ondas bravias.
Prossigo, na luta para manter minha nau,
Meus olhos treinados em noites de vigília
na grande escuridão que dominam as águas,
Sigo firme, desbravando a fúria do mar.
Há pouca luz, há uma imensa escuridão,
Ouço os trovões, que soam como canções,
de marinheiros que entoam, enquanto dobram
a grande fúria da natureza.
O mar quer me mostrar ser todo dele, esse lugar.
Simplesmente, me rendo, a sua supremacia.
Assim, soberanamente ele vence e se rende
a minha maestria de manter minha nau a singrar.
Fadinha de Luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)