Sonetos : 

Sem horizonte

 
 
À minha janela os sonhos voam distantes
Nas folhas de um livro sem horizonte,
Leio história de uma vida que tão rápida
Chega ao fim, nos adeus, em despedidas.

Quisera poder ter sentido no sangue
Vibrar alegrias que já foram perdidas.
Triste é o fim ausente de romance
Paixão que fora sempre comedida.

Perco páginas ao fim certo e senil
De poucas lembranças, sem vida
Do amor, sem marcas, nenhuma cicatriz,

Que me deixasse a sonhar, mordaz, meretriz
Cheia de beijos quentes, a sofrida
Nas páginas de um livro chora sem porvir.


Quiseste expor teu coração a nu.
E assim, ouvi-lhe todo o amor alheio.
Ah, pobre amigo, nunca saibas tu
Como é ridículo o amor... alheio!

Mário Quintana

 
Autor
Juguina
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/01/2012 01:10  Atualizado: 02/01/2012 01:10
 Re: Sem horizonte
Uma poesia sentida sofrida, mas com um toque muito especial de beleza.


abraço