Assomos numa noite
Esperei um beijo porque de alimento careço
Mas, minha amada não soube e não despertou
Resignado, me oculto, nada exijo, não forço
Preces lhe rogo para que de mim não se esqueça
Sua morada virtual visitei sem descanso
Deparei-me com trancas, selos de ausência
Agastado, vigilante me tornei
Voltei, voltei e não a encontrei
Onde páras, revolta onda do meu querer?
Afasta as luzes deste anoitecer
Não cedas a tentações terrenas
Acaricia por mim as rosas que em ti plantei
Não consigo torcer a tristeza que me consome
Não poder estender-te braços seguros
Desola-me, torna-me fraco, sem porto seguro
De ti espero, anseio, acode-me agora!
2011/11/06
Roque Soares