Poemas : 

Por entre Lisboa e o Tejo

 
Por entre Lisboa e o Tejo



Na estática morada
Permanecem os passos dados
Desenquadrados das imagens
E das pedras da calçada
Pelas pegadas descobertas

No poiso das pombas soltas
Onde as fontes então secaram
E o rio caminha em paralelo
Ladeando as suas margens
De onde brotam tantas memórias

Sem rodeios
Tanto te esperam e anseiam
Na fé de tantos caminhos
Que os desígnios enumeram
Como sentença de vidas

Esta Sé que aqui se demora
E o carro eléctrico que a namora
Num circuito de tantas passagens
Entabulam suas histórias
Num compasso sorrateiro

É o guinchar de tanta descida
Ao cruzamento da Madalena
Rumo à Rua da Conceição
Nos carris desta cidade
Em plena sedução

Prazeres é o seu destino
Como o serão tantos outros
Pela Sé o seu caminho
Deste sentir silencioso
Entre Lisboa e o Tejo


António MR Martins

2012.02.02


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
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António MR Martins
 
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Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 02/02/2012 18:45  Atualizado: 02/02/2012 18:45
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 Re: Por entre Lisboa e o Tejo


Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 02/02/2012 20:48  Atualizado: 02/02/2012 20:48
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 Re: Por entre Lisboa e o Tejo
Boa tarde Antonio, seus versos narram com primazia um saudosismo sadio que sente o seu personagem ao deparar-se com suas lembranças de uma região onde viveu muito da sua existência materializada, parabéns pelo seu exímio poema, MJ.