Engraçado me peguei pensando
que nunca mais iria escrever
sem inspiração para respirar
mas ontem li um poema
que me chamou atenção
dizia que o poeta
é um ser sólitário por natureza
Estranho pois já escrevi isto
de modo semelhante
em outro trecho
o poeta escreveu
que ficamos parados, sentados
muitas vezes caneta e papel na mão
atualmente em frente ao computador
com cara de bobo
esperando pelas palavras
que não dão fluem
Ou esperando você
fermento do meu poema
e provavelmente do outro poeta
eu não o copiei, não o plagiei
tampouco ele, nem me conheçe
ele com mais talento com as palavras
eu apenas pretencioso, amador
distantes em corpo e vida
unidos em letra e alma
E assim vamos os dois
movidos pelo mesmo sentimento
que é a urgência de escrever
com ou sem talento
jogar para fora, disparar
o que temos no coração
como almas semelhantes
mesmo sem saber
E o poema nasceu
indiferente se sou eu que escrevo
ou se outro poeta o fez
somos dez somos um
temos o mesmo fermento
fazemos e comemos do mesmo pão
chamado amor
recheado com solidão