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LAMENTOS D`ÀLMA

 
 
LAMENTOS D’ALMA

Às vezes fico a cismar
Com os olhos mareantes,
Pesquiso o éter a sonhar
Em lamentos constantes.

Procuro a felicidade
Nas dobras do infinito.
Perco-me na eternidade
Sem ecos do meu grito.

Ando em passos vacilantes
Pelas ondas da existência,
Quais embriagados errantes
Em patamares da incoerência.

Perambulo no sopé da fortuna
Igual estrume nutrindo a flor,
A miséria, a mim importuna,
Pela carência de rico pendor.

Navego na orla da vida
Em escaramuças da sorte:
Minha fé é dolorida...
Só terei valor na morte!

Vagueia minha’alma sofrida
Entre os meandros da paixão
Com a fronte sempre erguida
Alimentada pelo coração.

Lamúria de minha alma ferida
Na injustiça da espoliação
Na longa estrada da vida
Em nichos de escuridão.

Reclama o espírito a dor
Da visão da fortuna plena
Na surdez do ameno amor
Sem regalia da fé serena.

Reclama, ferida, minha’alma
Com a injusta discriminação
Nas veredas frias e calmas
Dos contornos da ilusão.

Lamenta minha triste alma
Entre as quimeras da vida,
Na onda do mar sem calma
Em oceanos sem guarida!

Soluça minha’ alma triste
Neste planeta de ilusões,
Frágil flor que existe
Pendente de mil perdões.

Em minha’ alma corre morna
A esperança da felicidade.
No mundo sou uma bigorna
A mercê da vil crueldade.

Com as lágrimas fluindo
Vejo as estrelas perenes
Quais diamantes sorrindo
Em almofadas solenes.

Sou um viandante solitário
Nas sendas do esquecimento,
Cuspido! Vou pra o calvário
Escarrado?... A todo o momento!

Na partilha dos benefícios
Fico nas margens soterrado,
A mim, sobram malefícios...
Vis restolhos dos Bens doados!

No limiar do pensamento
Outras vidas vislumbrei:
Esfarrapadas, sem alento,
Idênticas a mim, sem... Lei!

(aa.) S.A.Baracho.
conanbaracho@uol.com.br<br />

 
Autor
S.A.Baracho
 
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