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Glicínias de cal

 
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A cinza das horas repousa, ferida
Talvez não haja mais palavras
Que defina a corda azulina das ondas
Abandono-me num mar de grafite

A dor vem como uma âncora
O reflexo do sangue sufoca-me a boca
E o movimento sísmico das marés
Trituram-me os dedos,
Atados a um astrolábio defecado de giz

Não amanhecerá nunca mais
Os teus olhos trancaram-se na areia
Como duas glicínias de cal

Carlos Val


Carlos Val - Pseudónimo Literário de Conceição Bernardino

http://nonosentidoval.blogspot.com/

 
Autor
Carlos_Val
 
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Enviado por Tópico
jessicaseventeen
Publicado: 11/03/2012 19:06  Atualizado: 11/03/2012 19:06
Colaborador
Usuário desde: 04/09/2011
Localidade: Coimbra, Portugal
Mensagens: 920
 Re: Glicínias de cal
Gosto sempre de ler
Visto que a inspiração sempre me surpreende

Beijinhos *

Jessica

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/03/2012 21:17  Atualizado: 11/03/2012 21:17
 Re: Glicínias de cal
Um poema forte e instigante. Gostei das belas imagens ...sempre singulares e belas.

Parabéns!

Um abraço,ALICE

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 11/03/2012 21:30  Atualizado: 11/03/2012 21:30
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8104
 Re: Glicínias de cal
Este poema para mim é quase perfeito, mas de uma qualidade ainda assim excepcional.
Apenas isto: o que consegue levar o pensamento da cinza à ferida, falta ali algures. e..talvez não haja mais palavras que definam, deves ter esquecido o m.
De resto, estás lá.
Parabéns, beijo
Roque

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 14/03/2012 03:15  Atualizado: 14/03/2012 03:15
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 17960
 Re: Glicínias de cal
nem eu saberei amanhecer... bjs