Poemas -> Sombrios : 

Grilhões da negra opressão

 

Afoito, eu prendo seu anjo da guarda,
que se quede ele no portão do inferno,
essa maldita cancela interna do cão coxo
o demônio perverso que a tudo observa.


De bom grado é que amarro a sua alma
com a mesma corrente amaldiçoada,
que amarra as almas do purgatório,
cadentes no limbo a espera de remissão,
ignóbeis grilhões da negra opressão,
vis correntes de servidão espiritual,
os anéis de sofrimento encadeados,
feitos na corrente dos treze elos,
onde cada elo funesto e excomungado
forma um sinistro laço de servidão,
grossas correntes que aprisionam,
a ferir a pele, dilacerar nervos e carne.


Nego a minha presença, nego minha visão,
e longe de mim há de chorar na solidão,
e gemer nos dias e nas noite intermináveis,
lamentar, lastimar-se tão profusamente
em rios de lágrimas fartas e copiosas,
vertidas elas ao longo das horas passadas
quedando-se em atrozes lamentos doloridos,
mais cruciantes que são no soar da meia noite.


Nego minha afeição, todo meu bem querer,
para que somente ouça lúgubres gemidos,
todas dolente lamentações tão pranteadas
bem mais do fundo do seu ouvido esquerdo.
Ecoando elas de sete em sete horas,
retumbando por sete minutos inteiros
e tanto tormentosos outros momentos,
e terá saudades de mim doendo no peito .

Seja feita essa vontade pedida das trevas,
feita e refeita e anunciada pelos videntes,
espectros sem nome de oráculos sonantes,
da avantesma do homem de olhos penetrantes,
não terá paz na vida enquanto se afastar .




 
Autor
ArysGaiovani
 
Texto
Data
Leituras
878
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
1
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/11/2015 18:44  Atualizado: 22/11/2015 18:44
 Re: Grilhões da negra opressão
Toda negação simboliza afirmação oculta.