Um olhar sobre a escrita, os escritores e os leitores

Cleo,

Concordo em género e em número contigo. Mas, escrever, para mim, carece de muito isolamento e eu adoro estar sozinha (convivo bem comigo mesma) e muitas vezes alimento-me desse distanciamento dos sites para poder escrever os meus livros,que vou gerando como filhos e amando incondicionalmente, com defeitos e qualidades, apenas com a pretensão de reverterem para os meus meninos portadores de deficiência mental. A escrita para mim é mesmo um duplo prazer, porque sempre gostei de escrever, mais do que me expor oralmente e ao mesmo tempo contribuir para uma causa que amo e dá muito sentido à minha vida.
Que cada um de nós encontre um sentido para desenvolver a sua escrita e através dela aprender.
Quanto a ti, em qualquer género literário, saberás, sempre, estar à altura.
Beijinho
Nanda

SIMPLESMENTE MARAVILHOSO, BELÍSSIMO
MARTISNS

Olá Cléo,
Suas observações me chamaram a atenção.
Também tenho algumas, se me for permitido colocar no teu espaço. Em primeiro lugar, dizer que ainda não havia lido nada seu, mas, gosto muito de ler a todos. Assim começou o meu incurso nesse site. Lia muito e como tenho algumas coisas escritas, resolvi me arriscar e publica-las.
Escrever, é uma necessidade que creio ser da maioria dos que estão aqui. Nem preciso falar tanto, pois, sei que entendem bem o que digo.
Mas, discordo sobre "pagar" na mesma moeda. A cordialidade, ao meu ver, não é um pagamento e sim, um comportamento natural de quem convive socialmente. Se por acaso, escreves algo que não me agrada, não comento; se me agrada, exulto, participo. Estamos em um meio "literário" e ler aqui é o que todos gostam de fazer [também creio eu].
Bem, no mais é isso. Gostei da sua abordagem e da forma como escreve. Espero não ter invadido seu espaço de forma desrespeitosa, pois, não foi essa minha intensão.
Agradeço.
(Abraços)
Lápis

Cleo

Para ser escritor é necessário paciência, determinação e inscansáveis horas de leitura, observação da vida ao redor e pesquisa. Mas não se deve sonhar com glórias e best selleres.O mais importante de tudo, é ser lido.
Percebo que muitos autores suplicam para serem lidos e comentados.Eu acho uma bobagem.Se o texto foi agradável, ele por si só, será fonte de atração, para tornar o autor mais conhecido.
Um abraço.

Não sei o que é necessário para ser um bom escritor. Às vezes, me pego pensando a razão pela qual a Rainha Elizabeth gostava tanto de Shakespeare e ignorava Marlowe que era tão bom quanto Mr WS. Julgamentos atrapalham. Como já dizia Madre Teresa: "quando você julga, você não tem tempo para amar". Um amigo meu quando fala de algum escritor sempre diz: "Ah! Esse cara tem uma proposta." Fico me questionando se precisamos ter realmente uma proposta para laçar os leitores ou se isso vem da motivação de cada um ou mesmo do título irresistível da obra que nos empurra para lê-la. Minhas indagações nunca param e estas coisas me incomodam assim como essa questão de ter conhecidos na praça como você mencionou. Eu sou tímida, não tenho tantos amigos e noto que apesar disso, algumas pessoas comentam os meus escritos.Nem sempre consigo retribuir a gentileza mas fico verdadeiramente agradecida. Aprendi a sobreviver a escassez de comentários quando passei a escrever apenas nos meus blogs e então, pude definitivamente entender que escrever vai além de tanta coisa e independe de tudo inclusive dos leitores porque escrever é um ato solitário per se e como Alberto Caeiro disse " é a minha forma de estar sozinho".Sei que continuarei a ser mais uma ilustre desconhecida no meio e ainda assim continuo a escrever porque sou teimosa ou talvez porque o ato de escrever seja a coisa mais viciante que exista na minha vida. Se tenho comentários, alegro-me.Penso que de alguma forma, o meu leitor foi atingido. Se não os tenho, acredito que pelo ao menos uma pessoa se identificou com que eu escrevi. Não quero achar que sou comentada porque comentei alguém. Isso diminuiria o meu trabalho literário e me deixaria infeliz.Bem, o teu texto me fez refletir. Obrigada Cléo.

Karla Bardanza

Ola Cleo. Apreciei
teu olhar sobre
esse assunto.
Colocando a tua
visao permites q
nós teus leitores, a
possibilidade d
refletir tambem.
Sabemos q a
vivencia d cada um,
os valores, os
ideais, até os
sonhos e seu
proprio olhar sobre
o mundo e as
dinamicas das
relacoes, vao
determinar
posturas, estilos,
vontades e
inspiraçoes. No
meu caso a leitura
constante e variada
me aproximou da
escrita.
Primeiramente em
artigos tecnicos
dentro da minha
especializacao,
dpois a curiosidade
levou-me até
ensaios em poesia.
Por fim, colocar em
versos meus
sonhos e
realidades,
devaneios,
angustias, certezas
e incertezas,
tornou-se
terapeutico. Por
isso digo q escrevo
primeiro para mim.
Nao sou hipocrita e
digo q nao sou
imune aos elogios.
Contudo, ainda o q
realmente me
importa é colocar
em versos esse
fascinio q a palavra
exerce sobre mim.
O resto vem como
bônus pois nao
tenho pretensoes
maiores das q
tenho aqui-
partilhar poesia e
amizades. Perdoa-
me, estendi-me.
Tua escrita
inteligente
alcança-me. Um
abraço. Obrigado.
Karinna* ps-estou
escrevendo do
celular por isso
ficou assim.

A todos quantos leram esta minha crónica, quero aqui deixar o meu sincero agradecimento!
Foi com grande satisfação que li todos os vossos comentários, em especial daqueles que, sem nunca terem lido nada meu, se interessaram pelo que escrevi e não hesitaram em, motivados pelo que leram, aqui terem deixado as suas reflexões sobre o tema.
Achei isso espectacular e é este o espírito com que me identifico no movimento Pró-Luso, pois, para além de ser um franco intercâmbio de ideias, é uma forma bastante saudável de viver o nosso Luso - Poemas, do qual todos gostamos.

Muito e muito obrigado a todos!

"...portanto, escrevam! pelo prazer que vos der, como me continua a dar a mim, fazê-lo"
Quanto ao ser-se ou não comentado, comentar ou não comentar, não sei se assim será como uma moeda de troca. Quantas vezes dói ser-se comentado, quantas vezes dói ler o sentimento que tivemos naquele momento em que escrevemos algo mais intimo, mais "só nosso", é esse o risco. Gostei do seu texto. Obrigado.
Deixo aqui um vídeo de Rubem da Fonseca nas "Correntes d'Escritas 2012 na Póvoa do Varzim" (já o inseri por aqui algures), onde ele sobre o tema "A escrita é um risco Total", tipifica as qualidades que um escritor deve ter/ser, louco, alfabetizado, ter paciência, motivação e imaginação".
Abraço-te

Permitam-me que comente não através das minhas palavras mas sim com as palavras de uma escritora poetisa portuguesa que eu admiro: Irene Lisboa. A citação que eu escolhi foi retirada doseu poema "Outro dia". Parilho sensivelmente a mesma ideia:

Escrever assim …
escrever sem arte,
sem cuidado,
sem estilo,
sem nobreza,
nem lindeza …
sem maior concentração,
sem grandes pensamentos,
sem belas comparações,
não será escrever!
Mas assim me apetece,
que o entendam ou não,
que o admitam ou não,
escrever …
estender
o delgado, estiado,
inoperante
pensamento.
Este pensar
não é actuar mentalmente,
sequer,
é descansar …

(.../...)