Prosas Poéticas : 

O Astro

 
Desci do autocarro na paragem das avenidas perdidas e perdido estava eu, ali, envolto nos trapézios das personagens esquecidas, também elas perdidas das histórias por escrever ou já escritas e ainda por contar, tal como aquele lugar que desconhecia.
Esquecido do motivo que justificava a minha presença naquele espaço interminável, foi o discernimento a empurrar-me para um passeio de estudo dos movimentos enraizados…
Sem cansaço aparente…parei para pensar no caminho de regresso e nem sequer consegui recordar como ali tinha chegado… olhei para o relógio do tempo e percebi que tinham passado anos, anos de luz, sem o brilho que tanto esperava!
Sentei-me num banco feito de mármore, creio que de um banco se tratava, para perceber o que acontecia… primeiro, o pensamento desconfiou de quem era eu!
Depois, a conclusão foi lúcida e fugaz, como a passagem pela vida o tinha sido, o astro que nunca o foi, neste mar de pretendentes efémeros…
Ainda hoje, ninguém sabe se algum dia dali o corpo sairá ou se por lá continuará, á espera do momento de glória que tanto seduziu a vida daquele pretenso astro do mundo ilusório e momentâneo…


Escrevo…para libertar as personagens que não consigo Ser!
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http://catalogoluademarfim.blogspot.pt/

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Autor
Paulo Afonso Ramos
 
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Enviado por Tópico
Cõllybry
Publicado: 21/11/2007 17:03  Atualizado: 21/11/2007 17:03
Colaborador
Usuário desde: 01/04/2007
Localidade: Porto
Mensagens: 589
 Re: O Astro
Belissima prosa, que fico sem palavras para a comentar...

Bjca doce