Crónicas : 

AS BALIZAS DO TEMPO

 

AS BALIZAS DO TEMPO

Se há coisa que me perturba é o tempo. A sobrepor-se-lhe, só o amor, esse fazedor de deslumbramentos e de êxtases.
Mas por alguma razão a ideia do tempo me persegue e quase comigo convive. Umas vezes revolto-me contra ele, por nele ver o absurdo, a não resposta. Outras vezes sinto-me caminhar lado a lado com esse inimigo que, bem feitas as contas, paulatinamente me devora. Pensei já em fazer com ele as pazes, estabelecermos um protocolo que salvaguardasse o interesse de ambos. Mas se assim o pensei, logo me desiludi, porque o tempo não me deu tempo para o diálogo. Mal iniciado este, já o tempo ia lá longe indiferente á minha sonhada proposta. Desisti de dialogar com o tempo. De uma vez por todas me rendo ao seu ímpeto e prepotência. Limitar-me-ei entrementes a preenche-lo de maneira positiva e na medida em que ele o consinta. Sei que ele me domina e que estou por ele balizado. Não tenho mais do que aceitar essas incontornáveis balizas.

Antonius

 
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luciusantonius
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/06/2012 14:39  Atualizado: 18/06/2012 14:39
 Re: AS BALIZAS DO TEMPO
O tempo deestina o nosso destino, belo poema

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/06/2012 15:51  Atualizado: 18/06/2012 15:52
 Re: AS BALIZAS DO TEMPO
o tempo é peremptoriamente individualista; dispensa atentar para qualquer solilóquio nosso. prepotente e opressor. célere; força-nos a fundistas numa maratona competitivamente cruel. faz tempo que desisti de tentar me por no vácuo. e o seu texto me chegou bem agradável. vi que não estou sozinho.rs
um abraço caRIOca ao amigo e poeta Antonius,
zésilveira


ps.: outro em Olema com este meu poema; http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=217119