Poemas : 

POEMA SEM MEIAS-VERDADES

 
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Quadro de Serge Marshennikov



A manhã é você.
Amanhã não é você.
Será apenas claridade,
dilatando a retina,
arrebentando outra ruga,
outras rusgas.

A manhã e os seus poucos
segundos, e a sua obra-de-arte:
uma bem-aventurança,
uma dança deslizando
pelo corredor de portas fechadas,
quase nada,
absolutamente nada.

Amanhã, os segundos dobrarão
os joelhos. De costas
para o espelho embaçado,
verei com coragem
o que posso guardar apenas para mim
e egoistamente, vou mentir
que posso ser feliz
com tão pouco,
com quase nada,
absolutamente nada.


Karla Bardanza
 
Autor
Karla Bardanza
 
Texto
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1815
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Enviado por Tópico
Liliana Jardim
Publicado: 12/07/2012 06:39  Atualizado: 12/07/2012 06:39
Usuário desde: 08/10/2007
Localidade: Caniço-Madeira
Mensagens: 4412
 Re: POEMA SEM MEIAS-VERDADES
A vida obriga-nos a sobreviver mesmo com pouco, poetisa

E ás vezes um pouco de algo enche-nos o coração...

Gostei de te ler Karla

Beijinhos

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/07/2012 10:52  Atualizado: 12/07/2012 10:52
 Re: POEMA SEM MEIAS-VERDADES
O pouco de muitos pode ser nada para alguns, e nada pode ser tudo para muitos. Para meias verdades, melhor será o silencio. As meias verdades são mentiras mascaradas de verdades.

Adorei teu poema. Foi sem duvida um momento alto de poesia!


Levo para recordar algo com verdades em absoluto


Beijo azul

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/07/2012 12:02  Atualizado: 12/07/2012 12:02
 Re: POEMA SEM MEIAS-VERDADES
*É minha amiga, esse 'tudo ou nada'´faz-se turbilhão no íntimo.
Linda e sentida criação.
Beijoka*