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Em Cena

 
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Em Cena



Formam dueto dois viventes desvalidos
Por entre becos, cruzamentos, precipícios.
Negada a origem, vão-se os passos percorridos.
Após a queda, ao frio e à fome, os artifícios.

Não temem nuvens, trovoadas, nem o breu.
Noites ao relento nos cantos da cidade.
Não há mais brilho no olhar que enlouqueceu
Emparedado ao roubarem-lhe a idade.

Se por acaso, as feridas vêm à tona,
Se agonizam os dois seres lá no chão,
Vemos campanhas que apelam ao coração.

Surgem padrinhos, pois a cena emociona.
E ganha teto, companhia e proteção...
Não o humano mas o seu amigo, o cão.

Luzia M. Cardoso
Rio de Janeiro, 21 de Julho de 2012



 
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Luziacardoso
 
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