Poemas : 

... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma

 
nas quentes noites de meu desassossego, quem dera minha mão pudesse expressar o que vai em meu peito repleto da estranha beleza que ocupa meus sonhos, na mesma intensidade, com que tenho assistido a mudança das estações, os pássaros migrarem para o sul... esvaziando o céu quando é inverno e em seguida espalham-se pelos campos na primavera, carregando nas pinceladas como se o céu fosse o teto do mundo. em meu coração o tempo para... parece que tudo se move, até mesmo eu. ao perceber isso... o tumulto do silencio parece uma linha de bordar a profunda e poderosa presença da saudade, que ao me abraçar (treme) já não pode me apontar uma arma... minha alma joga a toalha em três pedaços e dois endereços enraizados em meu coração... ao terminar essa carta, espero que compreenda que a distância que separa é o mesmo paraíso que nos cerca onde a história se repete como uma âncora do vento no céu...


Vania Lopez


Devo confessar que sou o contrário, meus passos seguem em contrário.
Sou uma pessoa inquieta, vou onde meu vento me leva. Artista Plástica e escritora, as vezes sem saber se pintoraqueescreve ou escritoraquepinta...
Procuro por algo, mas a intenção n...

 
Autor
Vania Lopez
 
Texto
Data
Leituras
1952
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
50 pontos
34
0
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/08/2012 17:47  Atualizado: 26/08/2012 17:47
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
"ao terminar essa carta, espero que compreenda que a distância que separa é o mesmo paraíso que nos cerca onde a história se repete como uma âncora do vento no céu..."

Hoje a poesia anda por aí, mexendo com minha veia psicanalítica. Primeiro foi a Karla Bardanza, a Karinna, e agora esse "que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma".
É mais que preencher o vazio, contornar o abismo, mas bordá-los na leveza de uma linha poética. Nomeia o inominável, faz de qualquer dor, possível de ser assimilada, portanto vivida.

Eu amo tudo isso!

Bj,

Sandra.


Enviado por Tópico
Felipe Mendonça
Publicado: 26/08/2012 19:31  Atualizado: 26/08/2012 19:31
Usuário desde: 01/12/2011
Localidade: Rio de Janeiro
Mensagens: 533
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
Uma belíssima carta, transmutada em poesia. Gostei deveras. Grande abraço.


Enviado por Tópico
EmanuelAndrade
Publicado: 26/08/2012 19:42  Atualizado: 26/08/2012 19:42
Super Participativo
Usuário desde: 15/10/2011
Localidade:
Mensagens: 129
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
Um agradavel poema cheio de sonhos e de realidade vivida com muito sentimento parabens poeta


Enviado por Tópico
sampaiorego
Publicado: 26/08/2012 19:52  Atualizado: 26/08/2012 19:52
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2010
Localidade: algures virado para o mar com gaivotas
Mensagens: 1147
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
e as palavras são sempre tão pequenas para o que a vida traz para dentro do corpo - escreve é uma dor e fica sempre tanto por dizer

beijo


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/08/2012 19:58  Atualizado: 26/08/2012 19:58
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
Muito bom, parabéns


Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 26/08/2012 20:19  Atualizado: 26/08/2012 20:19
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
És para mim um caso sério em termos de talento.
Adoro tudo o que escreves. Mais uma prosa que
me tocou vivamente. Beijinho e... guardo-o para ler...
ler... e reler...
Beijinho minha querida amiga, VF


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/08/2012 20:31  Atualizado: 26/08/2012 20:32
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
Uma carta não só triste Vania, mas também reveladora de uma alma vazia, frágil, inquieta e solitária...

Abraços
Luzia


Enviado por Tópico
belarose
Publicado: 26/08/2012 20:56  Atualizado: 26/08/2012 20:56
Membro de honra
Usuário desde: 28/10/2010
Localidade:
Mensagens: 9026
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
Boa noite Vania!

É nas tristezas que se tecem lindas poesias,parabéns esta maravilhosa!

beijos


Enviado por Tópico
jessicaseventeen
Publicado: 26/08/2012 22:23  Atualizado: 26/08/2012 22:23
Colaborador
Usuário desde: 04/09/2011
Localidade: Coimbra, Portugal
Mensagens: 920
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
"em meu coração o tempo para... parece que tudo se move, até mesmo eu"

E assim tudo ganha (mais) vida

Belo Vania, Belo!

Beijinhos na sua alma linda *

Jessica


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/08/2012 22:51  Atualizado: 26/08/2012 22:51
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
Muito belo teu texto ! Gostei demais e nem vou comentar para não estragar. Como sabes , hoje as palavras certas andam escassas na minha 'ment'alma',rs. Tu sabes...

Parabéns doce amiga!

Bjs


Enviado por Tópico
Transversal
Publicado: 27/08/2012 05:17  Atualizado: 27/08/2012 05:17
Membro de honra
Usuário desde: 02/01/2011
Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)
Mensagens: 3755
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
como eu sei dos desassossegos...
"o que vai em meu peito repleto
sonhos (intensos)
carregando nas pinceladas como se o céu fosse o teto do mundo (pintaríamos as estrelas)
como uma âncora do vento ao céu"

Desassossegos teus Poetisa "que a distância que separa é paraíso" algures.
Parabéns. Obrigado.

Abraço-te


Enviado por Tópico
FalcãoSR
Publicado: 27/08/2012 05:49  Atualizado: 27/08/2012 05:49
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2006
Localidade: Rio de Janeiro
Mensagens: 2722
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
Vania,


Bela inspiração desfllando em maravilhosas linhas de emoção.


Beijos


Enviado por Tópico
MarisaSoveral
Publicado: 27/08/2012 17:25  Atualizado: 27/08/2012 17:25
Colaborador
Usuário desde: 16/08/2010
Localidade: Porto
Mensagens: 621
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
Querida poetisa,

Gosto da tua poesia escrita com a alma pulsante, mas esta prosa poética está magnífica, levo comigo!
Beijos afectuosos!
Marisa


Enviado por Tópico
AnaMartins
Publicado: 28/08/2012 18:13  Atualizado: 28/08/2012 18:13
Colaborador
Usuário desde: 25/05/2009
Localidade: Porto
Mensagens: 2220
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
É sempre tão difícil exprimir com exactidão o que nos vai na alma, não é Pintora? Mas tu estás muito próxima desse estatuto a que apenas alguns priveligiados acedem.

Beijinho!


Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 28/08/2012 18:17  Atualizado: 28/08/2012 18:17
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8102
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
É sempre uma delícia ler-te e ancorar nesse céu de palavras.
Beijo minina.
Roque


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/08/2012 17:31  Atualizado: 29/08/2012 17:31
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
Bah, que ficou lindo demais da conta...
Levei.

:)


Enviado por Tópico
AntóniodosSantos
Publicado: 30/08/2012 20:39  Atualizado: 30/08/2012 20:39
Colaborador
Usuário desde: 10/12/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 997
 Re: ... que ao me abraçar já não pode me apontar uma arma
Prezada Poetisa e Amiga Vania Lopes

Gostei da sua prosa poética...

Porém a minha passagem, hoje por aqui, é para a convidar para participar da Antologia «Poetando em Glosa...», que sou o organizador e coordenador...


Este convite fica feito a todos/as os/as Luso poetas que lerem este comentário...
Obrigado...

Poderá encontrar o regulamento da Antologia no FÓRUM, da minha página na Luso-Poemas, que lhe peço para passar por lá e dar-me as suas notícias, acerca deste assunto...

Fico no aguardo de suas notícias...

Com um grande Xi-coração

António Boavida Pinheiro