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sirigaitas descalças

 
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sirigaitas descalças



afago o cão
e se paro
ladra, pede mais e mais
do fundo do coração
com ganidos
bestiais




de todos os lenços molhados
que enfeitam meu cesto de lixo
sempre que pernas partem de lado
e vozes por capricho gemem
satisfizeram-me tão somente
aqueles que levam meu sêmen




sirigaita descalça
aos meus ouvidos versos
sopra, cansa e perverso
mais a TV a exalta




a sílfide de prata
de ouro e jóias adornada
jazia no escuro nua
fria e dura

a lápide era de pedra
lascada e banhada
asceta que era
de lua pura

fez-se mito ainda na mocidade
despedindo-se na vã idade
da vida vaidética
sem uma cura




atrofiado instrumento da voz
desafinava a tudo e a todos
vivia sem paz em meio a tolos
desde que da vida ouviu-lhe a canção
perfurando-lhe atroz o coração



 
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