Poemas : 

ABULIA

 
ABULIA

Nas lentes dos meus óculos
Vejo a bola minha infância
transformar-se num zero
e fico contente:
o zero
é uma categoria NIIL
que não precisa ser analisada.

Fico abúlico e, pensando bem
Não vou escrever poema nenhum,
Pois o nada já é um poema
E só a tentativa de escrevê-lo
Já me leva para outra dimensão
Onde posso ver os campos verdes
Da minha infância e ouvir pela
Derradeira vez, o canto molhado
De um pássaro que não existe mais.

 
Autor
JBMendes
Autor
 
Texto
Data
Leituras
685
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Manu_C.
Publicado: 01/11/2012 17:29  Atualizado: 01/11/2012 17:29
Membro de honra
Usuário desde: 22/12/2011
Localidade: Itália, Milano
Mensagens: 568
 Re: ABULIA
Ah, querido Poeta,

você tem toda a razão
“o nada já é um poema”…
mesmo se fosse só um caderno com páginas em branco,
onde o poeta posou seu olhar
cheio de saudades e cores e sons da sua infância.

Seria um poema feito de palavras transparentes,
cantando ausências, sonhos e sopros de vento.

Lindissima inspiração.

Grande abraço,
Manuela