Poemas : 

Dendrolatria

 
.

Demoram-se a ir
porque têm paciência
de esperar
a morte inevitável.
Árvores,
cheias de memórias
de caule
e tronco
e folhas
que presentes, verdes
que passadas, secas
retiradas por capricho
de vento vil
ou assovio de orixá.
Rachaduras
e sulcos,
vias de navegar
de artrópodes,
insetos,
astronautas,
porque quase tudo é extra
e a imensidão é maior
para os pequenos.
Fico minúsculo
diante da árvore,
diante do diamante
rígido e bruto
que é a (r)e(s)xistência
da verdosa.
Overdose bucólica,
cólicas de oxigênio,
ar respirado,
dado pelas mesmas.
Mistérios.
Poderes.
Memórias.
Ar de encher-me
gente
e dendrólatra.

.

 
Autor
thiagodebarros
 
Texto
Data
Leituras
735
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
thiagodebarros
Publicado: 08/11/2012 20:49  Atualizado: 08/11/2012 20:49
Membro de honra
Usuário desde: 11/01/2012
Localidade: Brasília
Mensagens: 709
 Re: Dendrolatria
.

Dedico o poema ao
poeta
também dendrólatra
e mestre,
Nicolas Behr.

,