(Quantas foram, desde aquele dia, as noites de mil horas?)
Quantas vezes foram as
Que desdobrei com cuidado,
Sua camisa guardada,
Só para encostar ao meu rosto?
Quantas vezes meu pensamento,
Viaja até você,
Para beijar de mansinho
Esses seus olhos escuros?
Quantas são as promessas,
Aquela que não pude cumprir,
De esquecer você de vez?
Quantas seriam as linhas,
Necessárias para se dizer um não?
Dezenove, ou apenas uma?
Na aritmética da vida,
Um e um são sempre distância,
Quatro são as paredes frias,
Do meu quarto-solidão,
Cem, as juras perdidas,
Os planos, as circunstâncias,
Um, o nome calcado,
De tal forma no meu peito,
Que resulta em infinito:
O amor,
E esse vazio no meu leito.
Re: Aritmética da Vida
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