Crónicas : 

PAULO COELHO, A HUMANIDADE E A HIPOCRISIA

 
PAULO COELHO, A HUMANIDADE E A HIPOCRISIA

“Como podemos ser tão arrogantes? O planeta é, foi e será sempre mais forte que nós. Não podemos destruí-lo; se ultrapassarmos determinada fronteira, ele se encarregará de nos eliminar por completo da sua superfície, e continuará existindo. Por que não começam a falar em “não deixar que o planeta nos destrua?”

"Porque “salvar o planeta” dá a sensação de poder, de ação, de nobreza. Enquanto “não deixar que o planeta nos destrua” é capaz de nos levar ao desespero, à impotência, à verdadeira dimensão de nossas pobres e limitadas capacidades." Paulo Coelho em “O Vencedor Está Só”

E o autor complementa:

“Fortunas estão sendo criadas da noite para o dia, grandes multinacionais estão conseguindo espaço na imprensa por causa de uma ou outra ação absolutamente irrelevante nessa área, organizações não-governamentais sem o menor escrúpulo conseguem colocar anúncios em poderosas cadeias de televisão, e recebem centenas de milhares de dólares em doações, porque todos parecem absolutamente preocupados com o destino da Terra”.

Aqui cabe citar os casos recentes do Projeto Tamar que estava vendendo "pacotes para visitar o projeto", assim como o da ONG que deveria proteger os animais do pantanal e estava organizando safáris de caça às onças que ela deveria proteger.

Sempre estranhei unanimidade e por isso concordo com o dito de Nelson Rodrigues, e também a acho perigosa, e por isso vou me dar ao trabalho de ler alguns livros deste autor para ver o porquê de ele ser um dos escritores mais vendidos no mundo e uma unanimidade negativa no nosso país, pois nunca vi ninguém falar alguma coisa boa dele, apesar até de já ser membro da ABL

Não quero ver se ele é bom ou ruim, nem indicar para ninguém, mas descobrir o que alinhava os seus escritos a povos de cultura tão dispares como as de Tolstoi à de Moieri, da de Shakespeare à de Kafka, da de Dante à de Luiz Borges, todos países com tradição de muita leitura, assim omo quase todos os outros, incluindo até o fechado Irã.

Mas neste livro citado eu já vi que ele conhece muito de pessoas, pelos perfis psicológico traçados de cada personagem, naquela situação em que se encontra, seja de poder, seja de alavancagem social e as inseguranças de quem está procurando abrir brechas num mundo tão competitivo como é o nosso, embora o final do livro seja fraco.

Mas o trecho transcrito acima vem de encontro ao que eu penso; o ser humano na sua desdita histórica não se refreia pelo bem da humanidade e sim só por interesses de dentro das suas fronteiras.

E sobre o planeta e sobre a nossa incapacidade de reação é só ver o resultado que causou um pequeno vendaval (era para ter sido mais grave) em New York e redondezas, e o que o país mais rico do mundo pode fazer.

Apenas concertar a “toque de caixa” os estragos e hoje, quase uma semana depois, ainda tem lugar sem luz e do outro lado do Pacifico estamos vendo as inundações na Itália e em outros países europeus e as erupções vulcânicas que tivemos durante este ano e que paralisaram os vôos de metade do mundo e a economia nestes dias, fora as tsunamis.

Em tudo podemos tirar algo de bom e acho que neste livro que comprei por impulso numa banca por R$ 9,90, o tópico acima sobre o planeta e sobre a hipocrisia da humanidade já valeu os dez pilas investido.

Há pessoas sérias no processo de preservação, mas para termos algum resultado na defesa do planeta , teríamos, no mínimo, que ter a metade da população que temos atualmente e que tínhamos quando começou a 50 anos atrás os alertas sobre a necessidade da defesa da natureza; na época ainda falávamos a nível regional e não teve resultado, salvo uma cidade ou outra como Curitiba.

E se não deu resultado naquela época não tem como dar agora, devido aos imensos interesses econômicos e a demanda por eletricidade e alimentação deste mundareo de gente.

Não há ideologia em nada, a não ser em pequenos nichos onde impera o amor, no mais é só ilusão, basta ver que só foi ser dizimada a colheita de milho nos EUA que nossos produtores deixaram na mão os nossos criadores de frangos e milhares de pintinhos foram sacrificados ou mortos por inanição.

Dá dó como os animais são criados hoje, mas a humanidade devia ter pensado nisto ao invés de seguir os seus religiosos retrógados e governantes, que incentivavam o crescimento para garantia dos seus territórios, como ocorreu no Brasil. Isto poderia ter sido feito de outras formas e o dinheiro gasto em mais educação já nos teria elevado à codição de potência em qualidade de vida e instrução.

Produtos orgânicos servem para uma pequena minoria onde em alguns é inflado o ego de vanguardista, mas sem a mínima chance de alimentar a grande massa, como ocorreu romanticamente com aqueles grupos que cultuaram a comida macrobiótica nos anos setenta e a dos restaurantes vegetarianos dos anos oitenta\noventa de onde poucos sobraram.

Defendo a natureza por amor a ela e a seus bichos, não com interesse próprio de sobrevivência “da humanidade”. Esta já traçou o seu rumo.

É fácil ser contra a Usina de Belo Monte enquanto temos luz para usar os nossos elevadores e os nossos produtos eletroeletrônicos. Agora deixa a geladeira ficar desligada por uns dez dias, deixa os computadores pararem para ver para onde vai este corajoso “idealismo”.

Na quantidade numerosa que chegou os habitantes do planeta, a meu ver, não há mais tempo para correções de rumo, como exemplo cito o Japão, que depois do desastre de Fukushima, desativou algumas usinas nucleares, mas vendo o custo do petróleo já as está ativando novamente.

O que manda no mundo hoje é a economia e a comida e não a ética ou idealismos; havendo fome na China ou outro país de ponta teremos a terceira guerra mundial.

O Canadá, país considerado “redondo em tudo” tem as maiores fontes de petróleo a céu aberto do mundo e que são as mais poluidoras também e proíbe o uso do amianto nas suas fronteiras, mas é um exportador da matéria prima.

E quantos medicamentos são proibidos nas fronteiras do país de origem, mas que são exportados a outros com menos poder de discernimento?

E não por último não podemos esquecer que a opção da humanidade foi pelo materialismo e nele não tem espaço para filantropia, quando se meche no bolso, haja visto os problemas e passeatas revoltosas na Europa.

Cuidemos da alma e amemos a natureza, que é algo intrínseco, mas do planeta a natureza mesma vai cuidar.

"Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de si mesmo' Roselis von Sass – www.graal.org.br

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