eu moinho

passarinhos de vento
asas de força
dão pão de trigo
moem
engrenagens ocas
remoem minhas entranhas
de raiva súbita
lamentos e uivos
colhendo o vento
o tempo
rendido à chuva
a sós o sol
e eu
moinho-me

Lendo os teus haicais, tenho aprendido a apreciar o formato cada vez mais. Minha digamos, aflição, é pela instantaneidade do verso. Vai saber porque. Por isso, eu ter gostado demais desse poema. O poeta e seu moinho interior.Transformando tudo em suas entranhas, milagre do pão, asas de passarinho, e tudo de fontes inusitadas como raiva e... vento!

Bárbaro!

Bj