Poemas : 

,escrevo contra o que me lembro

 
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,vãmente,

(I)

visão de alguns anjos que gravitam
em elípticas,
escondem pés, pernas, coxas,
visões,

bando de morcegos albinos rodeando figueiras
adormecidas, sem fruto,
vãs,

e no alumbrar ao longe regressam algumas cores,
sejam alucinações psicadélicas,
sejam alucinações, sós, sóis

,insepultos.

,escrevo contra o que me lembro,
senti-lo-ei sempre hoje, senti-lo-ia como ontem,

podê-lo-ei sempre sentir amanhã,
qual grito, quão perto do silêncio absoluto,

vão.

,empederniram-se estas veias,
mais cedo lavas, sim, apenas respiro,

sem ânsia, a morfina toma conta do corpo,

e o mar tão perto que lhe toco ao de leve,
despenteio-o.

[contra o que me lembro, escrevo fragmentos].

(II)

,“- mira, já ali as tâmaras, a água, as náiades, mira gajeiro, já aqui!”

[, a miragem, renova-se].


"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"

("Afrodite? Não" Jorge de Sena)







Textos de Francisco Duarte
 
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F.Duarte
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/11/2012 22:00  Atualizado: 30/11/2012 22:00
 Re: ,escrevo contra o que me lembro
Os "homens" são assim poeta, anjos e diabos num só corpo que se manifestam em atos e/ou pensamentos.
Quis entender assim o seu poema.
Abraços
maria


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/12/2012 20:16  Atualizado: 01/12/2012 20:16
 Re: ,escrevo contra o que me lembro
Francisco, entendi o poema como se estivesses rodeado de enfermeiras, alucinando sob anestesia. Ficou óptimo. Parabéns.